Tanto senadores da base aliada do governo federal como parlamentares da oposição defenderam nesta terça-feira o apensamento (junção) das duas últimas representações contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), existentes na Casa.
De acordo com Álvaro Dias (PSDB-PR), esta medida agilizaria as investigações. “Com a anexação das duas representações, num procedimento único, se agilizaria a tramitação e enceraríamos isso encurtando prazos”, afirmou o parlamentar.
Já a líder do PT no Senado, Ideli Salvati (SC), a intenção é que uma eventual votação por quebra de decoro parlamentar possa ser apreciada na mesma sessão plenária.
“Nós estamos avaliando o mandato e não situação caso a caso. É muito difícil você avaliar de uma forma um caso, de outra forma o outro, sem interesse de conjunto. Isso foi algo que propiciou, na semana passada, muito dos desentendimentos e divisões que vários partidos tiveram em suas bancadas”, argumentou.
As duas últimas representações protocoladas na Secretaria-Geral da Mesa Diretora do Senado tratam das denúncias de que Renan Calheiros teria usado ‘laranjas’ para comprar veículos de comunicação em Alagoas e que o senador e o lobista Luiz Garcia Coelho teriam montado um esquema de propinas para desviar recursos de ministérios comandados pelo PMDB.
Nesta quinta-feira, a Mesa Diretora do Senado reúne-se para decidir se a última representação (sobre o esquema de propinas) será encaminhada ao Conselho de Ética da Casa (a outra já está no colegiado, mas ainda não tem relator).
Álvaro Dias, que é o segundo vice-presidente da Mesa, acredita que a representação será encaminhada ao Conselho. “As duas representações anteriores foram encaminhadas ao Conselho de Ética. Imagino que, desta feita, ocorrerá o mesmo”, assinalou.
Esta semana ainda será conturbada para Renan Calheiros, já que tanto na quarta como na quinta-feira ele enfrenta análises dos processos contra ele.