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Compra de autos à vista no primeiro trimestre surpreende
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
06/05/2009 | 07:00
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As medidas de corte de tributação sobre os veículos mostram resultados práticos. Segundo levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras) o número de veículos comercializados à vista no primeiro trimestre do ano já chega a 41% do total comercializado. O volume é maior que no mesmo período do ano passado, quando o volume de automóveis e comerciais leves vendidos sem financiamento representava 36% da totalidade das negociações.

Para Luiz Montenegro, presidente da Anef, esse resultado vem das medidas recentes do governo de estímulo ao consumo. "Com a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), a população de maior poder aquisitivo tem optado por trocar de carro com pagamento à vista, resgatando investimentos para a compra", explica. "Em momentos como este, quem pode acaba preferindo não se comprometer com financiamentos."

Essa demanda por compras à vista, embora não agrade as financeiras de montadoras, acaba por facilitar o acesso ao crédito para quem precisa do financiamento. "Esse comportamento do mercado acaba forçando para baixo as taxas de juros praticadas", ressalta Montenegro.

Nesse mesmo sentido, o levantamento da Anef aponta uma redução dos juros no mercado. Montenegro avalia que, hoje o custo do crédito está em 1,63% ao mês "bem próximo do valor do mesmo período de 2008", que era de 1,61%, antes do estouro da crise financeira internacional. "Creio que até o final de junho as taxas estarão ainda menores que no ano passado", ressalta o presidente da Anef.

Mesmo com a escassez de crédito apontada como uma das principais causas na retração do consumo, o saldo das operações leasing saltou 77,1% entre janeiro e março deste ano. As operações de CDC (Crédito Direto ao Consumidor), por sua vez tiveram retração 2,6%. "A preferência entre uma modalidade e outra está relacionada ao custo de cada uma delas. Em 2008, o CDC cedeu espaço para o leasing porque este não sofre a incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), cuja alíquota foi majorada em janeiro de 2008 para 3,38% e em dezembro reduzida para 1,88%", esclarece Montenegro. "Esta redução ainda não reflete na carteira de financiamentos, mas já pode ser vista na participação de cada modalidade."

As expectativas são de estabilidade nos próximos meses. "As taxas de juros favorecem os financiamentos. Esperamos um crescimento entre 10% e 15% para o ano", adianta o presidente da Anef.




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