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Inflação no varejo tem alta de 6,18%
Karina Nappi
Do Diário do Grande ABC
07/09/2011 | 07:30
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Comprar no varejo ficou mais caro nos últimos 12 meses. É o que revela o Índice de Preços no Varejo apurado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo. O resultado, referente ao mês de julho, foi influenciado pelos preços das carnes e combustíveis. O indicador mostra elevação de 5,18% no período, acumula alta de 1,93% neste ano e queda de 0,02% no mês.

Mesmo ao registrar sete recuos consecutivos, o preço das carnes em açougues tem aumento de 17,71% nos últimos 12 meses. O setor já indica que o desempenho de queda influenciado pela desaceleração das exportações deve acabar em breve, em virtude da liberação dos frigoríficos brasileiros por parte da Rússia.

Em julho, o setor apresenta queda de 0,54% após a retração de 2,90% detectada em junho, com destaque para as variações das carnes de aves (-0,59%), bovinas (-0,58%) e suínas (0,18%). Inclusive, neste ano, o setor acumula queda de 9,98% nos preços.

Em 12 meses, o segmento de combustíveis e lubrificantes teve alta de 12,48%. Apenas neste ano, o acumulado atinge 6,96% e, mesmo em um período de safra da cana-de-açúcar, o preço desses produtos demonstra elevação de 0,17% em julho. O resultado aponta que o descompasso entre a oferta escassa e a demanda impulsionada pelo aumento da frota de veículos flex ainda refletem nos preços.

Comprar nas padarias também ficou mais caro. Segundo o resultado do IPV, o setor assinala impulso de 9,32% no intervalo dos últimos 12 meses. Até o sétimo mês de 2011, o acumulado atinge 4,30%. Já entre junho e julho a variação foi de 0,54%, alavancada, sobretudo, pelo impacto do preço de frios e laticínios (1,26%).

Devido ao período de entressafra, os preços dos derivados devem convergir para cima, uma vez que a estiagem e as geadas prejudicam o pasto e a produtividade do leite.

Ao longo dos últimos 12 meses, os preços dos produtos comercializados em feiras indicam elevação de 8,04% e de 2,35% no acumulado deste ano. Entretanto, os preços do grupo completam cinco meses com variações negativas. Em julho, o indicador recuou 2,05%, puxado pela variação das verduras (-6,83%), legumes (-4,44%) e frutas (-0,16%).

 

Real forte reflete indicador em queda

A retração no setor de alimentação percebida em julho demonstra que, após as instabilidades climáticas nos primeiros meses do ano, os produtos in natura mantêm trajetória de realinhamento dos preços, explica a Fecomercio.

Em direção oposta, o setor de eletroeletrônicos completa a marca de 21 quedas consecutivas e, nos últimos 12 meses, tem redução de 9,85%.

A valorização do real frente ao dólar é o principal responsável pela redução nos preços, uma vez que os insumos importados utilizados na cadeia produtiva de bens duráveis também ficaram mais baratos. No acumulado de 2011, o segmento apresenta retrações de 5,26% e 1,76% no mês de julho.

As principais variações registradas no sétimo mês do ano foram telefonia (-2,16%), produtos de imagem e som (-1,75%) e informática (-1,61%).

A assessoria técnica da Fecomercio aponta que os preços no varejo iniciaram o segundo semestre em patamares comedidos. Cabe ressaltar que o cenário pode ser alterado caso as pressões verificadas nas commodities persistam. O desequilíbrio entre a oferta e demanda pelo etanol pode causar impactos nos preços, sobretudo se houver instabilidades climáticas nas lavouras e a necessidade de importação do produto.

Por fim, o cenário econômico após os desdobramentos da crise econômica internacional podem provocar retração na demanda dos mercados mundiais. O Índice de Preços no Varejo é apurado mensalmente desde 1992.

 




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