Política Titulo Intimação
CPI pode acionar polícia
para buscar Calixto Antônio

Comissão que investiga esquema de propina no Semasa
tomará medida se advogado não comparecer a depoimento

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
03/04/2012 | 07:20
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Apesar da ampla divulgação do caso, mas sem a devida notificação, o advogado Calixto Antônio Júnior, envolvido no suposto esquema de venda de licença ambiental no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), não compareceu ontem à convocação feita pela CPI, instaurada para apurar o eventual crime de extorsão na autarquia.

Por isso, o bloco irá realizar chamamento público, por edital, para segunda-feira, às 9h, e, em caso de outra ausência, acionará por ofício a Delegacia Seccional para conduzi-lo ao Legislativo.

Depois de utilizar o trâmite normal, o instrumento com força de polícia da CPI ocorrerá em virtude de o bloco considerá-lo peça-chave na averiguação. O ex-diretor de Gestão Ambiental e denunciante, Roberto Tokuzumi, citou em depoimento que Calixto e o superintendente adjunto, Dovilio Ferrari Filho, eram os mentores do esquema, retardando a liberação da licença. Na representação, era o advogado, quem fazia a ‘ponte' com as empresas que aguardavam o documento para pedir propina.

O presidente da comissão, vereador Donizeti Pereira (PV), argumenta que o acionamento de Calixto por intermédio da polícia segue o que reza a legislação. Segundo o verde, providências mais rígidas vão ser tomadas para dar andamento às investigações. "Não está havendo colaboração. A apuração fica prejudicada."

Para o vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), ele fica obrigado a se apresentar. "Ele virá com poder de polícia se for necessário." Outro ausente na convocação foi o ex-funcionário de carreira aposentado Ari Sarzedas. Ele teria, após sua aposentadoria, ocupado o cargo de assistente da superintendência.

O depoimento da assistente técnica do departamento, Luciana Yuri Toma, na quarta-feira, está cancelado. A comissão não conseguiu localizá-la com 48 horas de antecedência para formalizar a oitiva . "Foi remarcada para a próxima quarta-feira." O bloco de investigação requereu ainda oficialmente para que na segunda-feira, às 14h, o Semasa disponibilize a sala de reuniões do sexto andar para que os vereadores da CPI possam se debruçar sobre os processos considerados suspeitos. Os parlamentares pediram o andamento dos documentos dos últimos dez anos.

TOKUZUMI

Com prazo expirado do atestado médico, Tokuzumi comunicou que irá comparecer à sua oitiva amanhã. O denunciante apresentou justificativa para a falta, mesmo sem ter sido notificado pela comissão.

Sem negar atraso em promessas, Aidan diz que gestão não acabou

Sem negar que a prestação de contas na área da Saúde apresentada em outubro é obra de ficção, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), justificou ontem, em entrevista à Rádio ABC, que o governo ainda não está encerrado e que as ações estão em curso. "Estão cobrando situação, mas não acabou o mandato". Faltam oito meses para o término.

Material publicitário do governo aponta que haveria 20 unidades com reformas concluídas ou em andamento. Apesar disso, 17 sequer sofreram intervenção, mostrou o Diário dia 25.

Mesmo com as promessas distantes de serem cumpridas, o petebista garantiu que a administração tem histórico de obras. Elencou unidades de Saúde que, teoricamente, tiveram reforma na parte interna. "Em nosso estudo, a alteração é completamente diferente. Começamos as mudanças de dentro para fora. Algumas a gente nem foi inaugurar porque queríamos realizar ‘geralzona' em todas para fazer a mudança de verdade."

Já sobre os frequentes ‘apagões' de energia ocorridos na cidade, Aidan atrelou o impasse a um grupo político que "quer o mal" de Santo André. Segundo ele, as circunstâncias são orquestradas, sugerindo interferência do PT, que tende a polarizar a eleição de outubro com os petistas. "O partido deveria defender o trabalhador e não criar situação de arruaça, de maldade."

Sindserv recusa outra vez proposta de 3,5% de reajuste salarial

Com a manutenção da proposta de 3,5% de reajuste, reafirmada ontem pela Prefeitura de Santo André, o Sindserv (Sindicato dos Serviços Públicos), em assembleia, recusou a oferta. Parte do funcionalismo promoveu manifestação com apitaço e carro de som no fim da tarde pelas ruas do Centro e distribuiu carta aberta à população para expor a situação. A categoria aguarda hoje reabrir a mesa de negociação na tentativa de elevar o valor, pelo menos, ao índice de inflação.

Dependendo do indicador usado para mensurar, o cálculo seria, em média, de 5,8%. Mesmo assim, o sindicato sustenta a reivindicação de 16%, o que significa a inflação do último ano mais 10% de reposição de parte das perdas. "Eles (governo) alegaram que fica difícil aumentar (a proposta) por conta do custo gasto com outros 500 funcionários (graduados em concurso) que entrarão em maio", justificou Carlos Alberto Pavan, diretor do Sindserv.

O prefeito Aidan Ravin (PTB) disse que a administração está fazendo "estudo minucioso" para conceder o reajuste dentro do limite prudencial. O valor tem de ser apreciado na Câmara até quinta-feira. Segundo a Prefeitura, já foram concedidos 26,81% nos últimos três anos da gestão Aidan, para uma inflação acumulada de 18,48%. Nos 13 anos anteriores ao governo petebista, o achatamento salarial real foi de aproximadamente 70%.




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