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Reali levará caso do Ponto de Cultura para Justiça
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
03/04/2012 | 07:02
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Claudinei Plaza/DGABC


O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), prometeu levar à Justiça o caso do Ponto de Cultura Passo Firme, que se transformou na casa de shows O Tambor, no Jardim Canhema, periferia do município. O projeto cultural contou com verba federal e chegou a ser inaugurado, mas nunca abriu as portas para atividades de reciclagem de lixo tecnológico, ação pela qual recebeu recursos da União.

Segundo Reali, o departamento jurídico do Paço juntou documentos necessários para que haja investigação judicial da mudança - o Executivo já abriu processo administrativo, sob alegação de que a ONG Passo Firme, que administrava o Ponto de Cultura, não devolveu os R$ 30 mil arrecadados para tocar o programa. "Toda denúncia que houver vamos ser muito rigorosos", garantiu o prefeito.

A entidade é presidida por Luciano Feitoza, primo de Osmailton Caldeira, assessor parlamentar do vereador Wagner Feitoza, o Vaguinho (PSB). Caldeira, conhecido como Patão e que seria um dos professores do projeto, hoje gere a casa O Tambor, que cobra entrada dos frequentadores. Pelas regras do projeto, as oficinas têm de ser gratuitas e voltadas à diversidade cultural de cada município.

No domingo, ao Diário, a Prefeitura informou que a ONG Passo Firme não era reconhecida como Ponto de Cultura desde 2011 e confirmou o repasse de R$ 30 mil à instituição. Afirmou que a entidade não havia cumprido as exigências e prestações de contas previstas no edital de convênio e que o valor a ser devolvido poderia ser inscrito na Dívida Ativa da cidade.

Apesar de defender a investigação do caso, Reali evitou comentar se a denúncia poderia atrapalhar a relação política do governo com o PSB. "Vamos ter todo rigor na apuração, independentemente da relação política. Temos de lidar com dinheiro público de maneira rigorosa, transparente e com eficácia. Só que não tenho poder de juiz. Não vou julgar sem ter todos os fatos. A Justiça cuida disso."

Vaguinho chegou a ser cotado para ser vice de Reali na eleição de outubro. Porém, retirou seu nome no conselho político promovido pelo PSB para indicação do candidato que dividirá chapa com o petista. O atual vice, Gilson Menezes, e o secretário de Segurança Alimentar e presidente municipal do PSB, Manoel José da Silva, o Adelson, estão no páreo pelo crivo socialista.

Patão negou qualquer irregularidade na mudança do Ponto de Cultura para casa de shows - que abriga principalmente rodas de samba e pagode. Disse que Luciano Feitoza havia entregado carta pedindo desligamento da ONG Passo Firme com o projeto federal junto à Secretaria de Cultura. Vaguinho também refutou ilegalidade e assegurou que a documentação solicitando o encerramento das atividades no Ponto de Cultura já estava nas mãos da secretária de Cultura, Regina Ponce Queiroz.




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