A primeira metade do primeiro mês do ano ainda não foi completada e o Grande ABC já vivenciou duas tragédias, ambas marcadas pela perda de vidas. Foram três no total, uma por deslizamento de terra e outras duas causadas por violento choque de veículos.

Os dois casos não foram acidente. No primeiro, que vitimou um garoto de 10 anos, famílias viviam em área de risco, logo, suscetíveis a esse tipo de ocorrência. No segundo, os motoristas envolvidos não poderiam estar ao volante, pois tiveram esse direito cassado pela autoridade de trânsito em razão de excesso de infrações. Além disso, um trafegava em velocidade imensamente superior à permitida, de acordo com testemunhas, e o segundo superlotou seu carro com oito pessoas – entre elas várias crianças – sem que os ocupantes estivessem utilizando equipamentos básicos de segurança, como cinto e cadeirinhas. O último item nem caberia em razão de tanta gente a bordo.

Todos os já citados têm significativa parcela de culpa, mas não são os únicos responsáveis pelos lamentáveis acontecimentos. Existem outros. No caso da moradia que veio abaixo, o município tinha conhecimento da precária situação do local, tanto que teria notificado várias vezes os moradores a deixarem a área. E só... Por anos a situação foi negligenciada (ou seria ignorada?), até que o pior ocorreu. E, mesmo assim, poucas foram as providências tomadas para evitar outras perdas.

Na colisão da Rodovia dos Imigrantes, a Ecovias, concessionária responsável pela via – que cobra o maior pedágio do País – e a Polícia Rodoviária não conseguiram monitorar a presença de um carro superlotado e nem mesmo, ao que tudo indica, outros dois disputando corrida em espaço totalmente inadequado.

Pior que isso, as imagens oferecidas para a investigação do caso pela empresa são de baixíssima qualidade. Incompatíveis com a fama de sistema viário mais moderno do Brasil.

É apenas o começo de 2018. Há tempo para correção de rotas. Basta que cada um execute a sua função.