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Região do Grande ABC registra leve alta nas exportações
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
23/09/2009 | 07:00
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Embora o cenário do comércio exterior para empresas do Grande ABC ainda seja deficitário, considerando o desempenho obtido no mesmo período do ano passado, mês a mês é possível observar leve recuperação. Em agosto, as exportações da região alcançaram US$ 405,4 milhões, montante 2,4% superior ao registrado em julho. Frente a agosto do ano passado, entretanto, a retração ainda é de 32,1%.

Na avaliação do economista Dalmir Ribeiro, diretor do departamento de indicadores sociais e econômicos da Prefeitura de Santo André, é possível que a indústria esteja começando a reagir, já que tradicionalmente o segundo semestre é melhor do que o primeiro.

"Existe a expectativa de continuidade da retomada do comércio mundial. De fato, a coisa está caminhando conforme imaginávamos, o próprio emprego está mostrando isso: houve um mergulho, depois a estabilidade e agora estamos começando a subir", aponta Ribeiro.

O economista apenas adverte que a crise é estrutural e os sinais de recuperação no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa não devem ser considerados como o fim da crise. "Os riscos de falência, por exemplo, ainda não estão extintos".

Segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), quatro municípios da região aumentaram as vendas ao exterior no mês passado: São Bernardo, Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra.

Entretanto, a cidade que apresentou melhor desempenho foi Diadema, pois vendeu ao exterior US$ 26.382, valor 102,1% maior que o de julho.

Para José Gascon Hernandez, diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Diadema, no entanto, esse resultado é pontual. "Os números de exportação são medíocres. Ainda falta muita coisa para que consigamos exportar quantidades consideráveis e notar crescimento. E isso vale para todo o País, que não tem nem 1% do mercado externo mundial", desabafa Gascon.

Ele cita a falta de infraestrutura como um dos mais graves problemas. "Não temos ferrovias, fundamentais para escoar mercadorias. E as que existem estão em situação ruim. Enquanto vibramos com 1,9% de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) - no segundo trimestre, ante os três primeiros meses do ano -, a China reclama que 8% foi pouco. E isso porque somos todos do Bric (grupo dos quatro principais países emergentes: Brasil, Rússia, Índia e China)."




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