Após receber ameaça de invasão, a juíza Fabiana Feher Recasens determinou que integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) não se aproximem do mercado da família do prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), localizado no bairro Batistini. Segundo documento expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, uma multa de R$ 500 mil deverá ser paga caso haja descumprimento da determinação. No ofício, a juíza ainda determina o uso de força policial para repelir qualquer ato caso haja descumprimento.

O ato dos sem-teto, que ocorre nesta tarde na Estrada Galvão Bueno, no bairro Batistini, tem o propósito de pressionar a Prefeitura de São Bernardo a abrir diálogo sobre moradias para as cerca de 8.000 famílias acampadas em terreno privado no bairro Assunção, invadido desde o dia 2 de setembro.

A decisão da juíza foi tomada um dia depois de o gerente do supermercado MD, de propriedade da família do prefeito, receber ameaça de uma mulher que teria entrado no estabelecimento dizendo que o comércio seria depredado, caso estivesse aberto na hora em que a manifestação do MTST ocorresse no local.

Gerente do estabelecimento, Johnny de Souza Leite, 26 anos, fez boletim de ocorrência e relatou à Polícia Civil que uma mulher de cabelos loiros, aparentando ter 40 anos e usando óculos escuros, foi a responsável pela ameaça. Nas palavras da autora da intimidação, “pessoas vão entrar no mercado e quebrar tudo”.

Quando foi questionada, a mulher respondeu apenas que “todos são da mesma laia”, segundo consta no documento policial.

O protesto foi denunciado por integrantes do MCI (Movimento Contra a Invasão) conforme informou o Diário em reportagem publicada na quarta-feira.