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Um israelense morre e 45 palestinos ficam feridos
Do Diário OnLine
Com Agências
23/05/2001 | 21:15
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As esperanças geradas pelo anúncio israelense de observar um "cessar-fogo" foram pulverizadas nesta quarta-feira, depois que a violência recomeçou com um israelense morto e 45 palestinos feridos, entre os quais dez crianças, segundo um novo balanço.

No entanto, a Casa Branca afirmou que o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, e o premiê israelense, Ariel Sharon, garantiram ao presidente americano, George W. Bush, que estavam de acordo para trabalhar com os Estados Unidos na aplicação do informe da Comissão Mitchell.

"Os dois aceitaram trabalhar conosco para por em marcha o informe da Comissão Mitchell", declarou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

O Departamento de Estado americano exortou as duas partes a por fim a violência para a aplicação do informe Mitchell.

Na Cisjordânia um civil israelense morreu em uma estrada, vítima de uma emboscada palestina perto da colônia de Ariel, Noroeste da Cisjordânia, e um colono que o acompanhava ficou levemente ferido por franco-atiradores emboscados.

Provavelmente os agressores eram do vizinho vilarejo palestino de Salfit, na zona autônoma, segundo uma fonte militar.

Um terceiro israelense, com cerca de 80 anos, foi seriamente ferido no peito por disparos palestinos contra a colônia de Gilo, na anexada Jerusalém Oriental.

Na Faixa de Gaza, blindados israelenses dispararam em direção ao acampamento de refugiados de Yebna, perto de Rafah, na fronteira com o Egito, causando 45 feridos, entre os quais dez crianças, e entre elas um bebê de um ano e meio, segundo um novo balanço de fontes hospitalares.

O diretor do hospital de Rafah, Raduan al Ajrass, disse que os civis foram feridos por estilhaços de obuses e balas do exército israelense. Cinco dos feridos estão em estado grave.

Mas as versões sobre esse incidente são divergentes.

Fontes de segurança palestina indicaram que militares israelenses fizeram uma incursão de 250 metros dentro desse setor, violando os acordos de autonomia de 1.993, e provocando uma reação palestina.

Eles acusaram também o exército israelense de fazer outras quatro incursões em zonas autônomas. Mas o exército desmentiu isso. Admitiu, no entanto, que operários israelenses entraram na Faixa de Gaza para obras de reparação em cercas.

"Não houve incursões do exército nas zonas sob total controle palestino na Faixa de Gaza”, declarou Avi Pazner, conselheiro de Sharon.

Os responsáveis de segurança palestinos informaram que o exército israelense fizeram na noite desta quarta-feira uma nova incursão num setor palestino autônomo da Faixa de Gaza.

Palestinos dispararam balas nesta quarta-feira, pela primeira vez desde o começo da Intifada, em direção a um bairro israelense de jerusalém Ocidental, sem causar feridos.

"Muitas balas disparadas por palestinos atingiram uma casa do bairro de Malha, causando danos leves", informou o porta-voz da polícia de Jerusalém, Shmuel Rubin.

O exército israelense respondeu com disparos em direção a Beit Jala, segundo vizinhos dessa localidade palestina.

Os palestinos também dispararam contra o assentamento judaico de Teqoa, na Cisjordânia, sem causar vítimas, indicou uma fonte militar israelense.

Os palestinos denunciaram que Israel violou o cessar-fogo unilateral, bombardeando um posto de segurança palestino em Gaza e desmentiram fabricar obuses de morteiro na Faixa de Gaza, tal como afirmou Israel.

Cessar-Fogo- O ministro israelense da Defesa, Binyamin Ben Eliezer, ordenou nesta terça-feira à noite que o Exército não abrisse fogo contra os palestinos, a não ser que houvesse ataque, seguindo determinação do primeiro-ministro, Ariel Sharon.

Uma autoridade da presidência do Conselho declarou que o "exército israelense respeita um cessar-fogo desde terça-feira à noite".

"Segundo os termos da nova política adotada, o Exército não vai tomar a iniciativa de lançar operação e não vai realizar incursões nas zonas autônomas palestinas", acrescentou.

Entretanto, os palestinos classificaram o anúncio de cessar-fogo unilateral como um embuste. "É uma fraude, mais uma manobra do primeiro-ministro israelense depois da suposta aprovação do Relatório Mitchell", declarou o secretário do governo palestino, Ahmed Abdelrahmán.

A declaração de cessar-fogo de Israel dá início à aplicação do Relatório da Comissão Mitchell sobre as causas da violência entre israelenses e palestinos.

O informe divulgado no início da semana, apoiado pelo secretário de Estado americano, Colin Powell, pede às duas partes "um cessar imediato e incondicional da violência".

Depois de um período de avaliação, o informe prevê a adoção de medidas para reforçar a confiança, como o congelamento total da colonização israelense nos territórios palestinos e, finalmente, a retomada das negociações.




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