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Argentina acusa ex-presidente pelo desaparecimento do filho
Do Diário do Grande ABC
31/07/2000 | 14:52
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   A argentina Nora Irma Morales de Cortiñas apresentou, nesta segunda-feira, ao juiz espanhol Baltasar Garzón uma queixa criminal contra o ex-presidente Jorge Rafael Videla, responsabilizando-o pelo desaparecimento de seu filho em 1977, em Buenos Aires, segundo fontes da Justiça. Esta 'mae da Praça de Maio' já prestou depoimento para Garzón em fevereiro de 1998, em um processo contra militares argentinos acusados de violar os direitos humanos.

  O juiz Garzón tem a seu cargo na Audiência Nacional - máxima instância penal espanhola - uma investigaçao aberta em 1996 contra deleitos cometidos durante a ditadura militar argentina.

  Além do ex-presidente Videla - que governou o país de 1976 a 1981, depois da destituiçao da presidente María Estela Martínez de Perón - mais quatro altos oficiais argentinos estao citados no processo sobre o desaparecimento do jovem Carlos Gustavo Cortiñas no dia 15 de abril de 1977, em Buenos Aires.

  Entre eles, figura o almirante Emilio Massera, ex-membro da Junta Militar argentina, o ex-general da Divisao Albano Harguingeguy, que em 1977 era ministro do Interior, e os ex-generais Guillermo Suárez Mason e Hipólito Rafael Mariani, que estavam chefiando o Exército na área do país de onde saíram as denúncias.

  Videla, Massera e Suárez Mason se encontram atualmente em prisao domiciliar na Argentina em virtude de suas participaçoes no desaparecimento de vários argentinos durante a ditadura militar (1976-83). Se o juiz espanhol decidir, os cinco acusados, que moram na Argentina, poderao prestar depoimento sobre o 'caso Cortiñas' para comissoes enviadas a este país.

  Depois de apresentar sua denúncia, Nora Irma Morales disse aos jornalistas que é ilegal a atitude das autoridades argentinas de nao executar prisoes determinadas anteriormente pelo juiz Garzón contra Videla, Massera e outros 90 militares argentinos.

  Ela criticou que Videla e Massera estejam em prisao domiciliar e nao em uma penitenciária porque têm mais de 70 anos, 'quando nas prisoes da Argentina há mais de 300 presos com idade superior'. 




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