Como resposta aos gestos nos bastidores, o governo espera que partidos de peso na base aliada obriguem seus parlamentares a votarem pela aprovação da reforma da Previdência - o chamado "fechamento de questão" no jargão político. A aposta é no "efeito manada", de acordo com fonte do governo. A avaliação é que deputados aliados estão convencidos da necessidade da reforma, mas só topam carimbar seus nomes junto ao "sim" se tiverem segurança da vitória. O fechamento de questão seria fundamental para dar esse "conforto" à votação.
A preocupação dos parlamentares é evitar o desgaste desnecessário que seria colar suas imagens a uma proposta impopular como a reforma da Previdência sem que ela vá adiante. Segundo a fonte do governo, o fechamento de questão que está sendo discutido pelos partidos da base pode ser "um ponto de inflexão" capaz de provocar esse contágio favorável.
Segundo apurou o Estadão/Broadcast, o incremento no fundo eleitoral foi discutido no jantar do último domingo com a presença de lideranças partidárias e do presidente Michel Temer. A definição do valor do fundo eleitoral precisa ser feita ainda este ano para viabilizar a votação do Orçamento de 2018 até o fim de dezembro - prazo que o governo almeja também para aprovar a reforma da Previdência na Câmara.
Fechamento de questão. Dois partidos da base - PP e PRB, que juntos têm 68 deputados - convocaram nesta terça-feira, 5, reuniões de suas diretorias executivas. Havia a expectativa de que eles anunciassem o fechamento de questão a favor da reforma, o que acabou não ocorrendo. A pressão da base aliada é para que o PMDB, partido do presidente Michel Temer e que tem a maior bancada na Câmara (60 deputados), tome a dianteira nesse processo. "O PMDB tem que dar o exemplo", defendeu o relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA).
O líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP), sinalizou que a "maioria absoluta" da bancada na Câmara é favorável à proposta e, por isso, encaminhou à executiva nacional do partido o pedido para fechamento de questão. A reunião para bater o martelo deve acontecer até quinta-feira (7). O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, avaliou que "cresceu consideravelmente" a chance de aprovação da reforma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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