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Igor Souza, nadador e executivo
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
26/05/2010 | 07:59
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Poucas pessoas têm currículo como o do nadador andreense Igor de Souza. Com 17 anos de disputas na água, ele acumula títulos. Entre eles, de bicampeão mundial de travessia, de três maratonas em Nova York e de torneio no Havaí. Mas isso foi só o começo. Com o esporte, veio a ascensão na carreira de executivo e o disputado cargo de diretor de marketing de uma grande multinacional do segmento.

"A água ainda é minha paixão. Mesmo com as reuniões e viagens, treino equipes para competição de maratonas", diz o nadador, hoje morador de São Bernardo.

Souza atravessou o Canal da Mancha em 1996, quando cravou o melhor tempo do ano. Em 1997, fez o percurso de ida e volta em 18 horas e 33 minutos. Com o feito, juntou-se a outros dois brasileiros que integram o seleto hall of fame da natação: Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a competir em Olimpíadas; e Abílio Couto.

A paixão pelo esporte também lhe rendeu o cargo de diretor da equipe de maratona na Seleção Brasileira de natação, além da organização de eventos do gênero, que realiza anualmente. "Faço todos os anos a abertura do circuito mundial (de natação) no Brasil. Treino a grande maioria dos atletas e acabo acompanhando os eventos. É um hobbie", conta.

Hoje com 47 anos e sem competir oficialmente há cerca de dez, ele atesta que o esporte foi fundamental para conquistar o cargo de executivo que ocupa hoje. "Me especializei em Gestão de Negócios pela Universidade de Nova York com bolsa de nadador."

Souza entrega que não consegue viver longe da terra natal, o que fez com que grande parte do curso fosse feita daqui. "Havia períodos em que era obrigado a estar lá, mas gosto do Brasil. Nosso povo é incomparável no trato pessoal, e não consigo ficar longe. Por isso até recusei propostas de trabalhar fora", alega.

Com fala mansa e tranquila ele confessa ainda que não trocou a região durante os anos dourados da natação e não planeja fazê-lo nunca. "Sou bairrista. Adoro o Grande ABC, não saio daqui por nada. Temos grandes cidades com cara de Interior. Tenho amigos aqui e gosto de conversar, contar histórias do passado, me sinto bem aqui."

Questionado sobre o principal desafio da carreira de esportista ele é direto: ter parado de competir por lesões no ombro. "Durante muitos anos era o terceiro, quarto do ranking, sempre entre os cinco primeiros. E depois da cirurgia tirava sempre 13º, 14º... Fiz um ano de acupuntura, mudei a técnica de nado e voltei a competir bem, que foi quando ganhei os mundiais."

O atleta-executivo competiu grande parte da carreira representando a região e diz que há grandes esportistas a serem descobertos aqui, mas que é necessário aumentar o investimento na área. "Éramos potência na minha época, com equipes entre as melhores do Brasil. Isso caiu muito. Temos de melhorar a infraestrutura. A tendência é surgir mais atletas. Mas isso é um trabalho a médio prazo."




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