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Trabalhadores dos Correios cobram Lula
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
15/07/2008 | 08:08
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Os funcionários da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) resolveram recorrer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para solicitar que seja cumprido o compromisso fechado, em novembro do ano passado, com o Ministério das Comunicações e a direção da estatal, relativo ao adicional de risco e ao plano de cargos e salários.

Segunda-feira, cerca de 150 trabalhadores realizaram um protesto em frente ao prédio onde o presidente mora, em São Bernardo, e entregaram uma carta com as reivindicações da categoria e os motivos da greve.

No texto do documento, os empregados da estatal pedem que Lula cumpra a sua palavra, referindo-se ao primeiro termo de compromisso assinado no gabinete da presidente entre a federação dos trabalhadores, o ministro Hélio Costa e a direção dos Correios. "Gostaríamos de lembrar suas próprias palavras, senhor presidente: se o que é assinado na sala da Presidência da República não tem valor, então nada mais tem valor neste País".

Os manifestantes decidiram fazer o movimento em frente à residência de Lula, após a assembléia realizada durante a tarde na Capital, que reuniu 500 pessoas. Na plenária, a categoria deliberou pela manutenção da greve iniciada no dia 1º deste mês.

Segundo o diretor de imprensa do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos de São Paulo), Anderson Lima, até o início da noite de segunda-feira, a empresa não havia feito novas propostas aos trabalhadores.

"Eles estão esperando que a situação seja resolvida no TST (Tribunal Superior do Trabalho), mas as duas propostas apresentadas até agora pela Justiça não atendem à reivindicação dos trabalhadores", afirmou.

Nesta terça-feira, a reunião de conciliação entre a direção da ECT e o comando de negociação da classe será retomada no TST. No encontro, deve ser definido o relator e quando será julgada a greve.

De acordo com o dirigente sindical, a adesão dos trabalhadores da estatal a paralisação na Capital e Grande ABC é de 75%. Lima também conta que os Correios têm até esta terça-feira para pagar o tíquete referente à alimentação dos funcionários, mas que há temor na categoria que esse benefício tenha sido cortado para os que estão parados.

Quem não aderiu ao movimento já recebeu esse valor na sexta-feira.

Para os Correios, a adesão da categoria é de 15% na região metropolitana de São Paulo e Baixada Santista. No País, a empresa afirma que 18% do quadro de funcionários estão de braços cruzados, sendo 27% dos carteiros.

Balanço - No 14º dia de greve dos funcionários dos Correios, a região metropolitana de São Paulo - que inclui o Grande ABC - e a Baixa Santista acumulam 14 milhões de correspondências em atraso, menos de dois dias de trabalho nessa área, que movimenta 8 milhões diariamente.

No País, dos 300 milhões de unidades despachadas desde o início da paralisação, 36% das correspondências e 5% das encomendas (Sedex, pacotes e malotes) não foram entregues no prazo. Isso equivale a mais de 108 milhões de itens retidos.

De acordo com os trabalhadores da empresa, a estatal tem contratado temporários e terceirizados para diminuir os impactos da greve em alguns Estados.




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