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Carros antigos são relíquias que despertam paixões
Adriana Mompean
Do Diário do Grande ABC
20/08/2002 | 18:52
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A vontade de resgatar o passado e estar próximo de mitos que marcaram época fazem com que muitos se rendam aos encantos dos automóveis antigos e transformem as máquinas em hobby. Além da aquisição do carro, aficionados por automóveis veteranos compartilham essa paixão ao se associar a clubes e participar de encontros de motores históricos.

Alguns motoristas, no entanto, vão mais além, e acabam elegendo uma marca. Dos amantes de clássicos da Ford surgiram clubes, dos quais dois realizam com freqüência encontros e passeios: o Clube do Fordinho e o Clube do Ford V8. No próximo domingo, dia 25, mais de 50 automóveis percorrerão as pistas de testes da Ford, no 5º Passeio do Clube do Ford V8 no Campo de Provas de Tatuí (SP). O evento, destinado aos sócios do clube que possuem carros produzidos a partir de 1932, reunirá ícones de gerações, como Mustang, Maverick, Galaxie e Lincoln.

No passeio, os participantes e seus veículos clássicos enfrentarão as pistas de alta e baixa velocidades, as superfícies especiais, que reproduzem condições das vias brasileiras, e passarão também pelas rampas com vários percentuais de inclinação.

Já os integrantes do Clube do Fordinho, que reúne proprietários de carros da Ford modelo A – fabricados de 1928 a 1931 – participarão do 1º Encontro de Carros Antigos de Caraguatatuba (SP), de 13 a 15 de setembro. E entre os dias 27 e 29 do mesmo mês, os motoristas sairão em carreata com seus veículos antigos rumo a Campos do Jordão (SP). Na cidade serrana, os sócios do Clube do Fordinho participarão de provas recreativas.

Saudosismo – Segundo Hilton Lerner, presidente do Clube do Ford V8, a paixão por carros antigos não tem explicação. “O colecionador possui um tipo de vírus ferrugem que pega no sangue”, diz Lerner, que ficou inconsolável aos nove anos de idade, quando seu tio trocou um Ford 1951 por um Opala zero km.

Hilton possui em sua coleção de clássicos uma perua norte-americana LTD 1974 na cor caramelo, com motor V8, de 6.4 litros a gasolina, que produz cerca de 200 cv de potência e torque de 55 kgfm. A station wagon, de oito lugares, é equipada com transmissão automática de três velocidades. O carro tem piloto automático, vidros e travas elétricas, consome um litro de combustível a cada 2 km na cidade, e faz 4 km com a mesma quantidade de combustível na estrada. “Há dois anos fui com a LTD para Nova Petrópolis (RS) em um evento de carros antigos, e depois para Punta del Este (Uruguai), em um percurso de ida e volta de 4,5 mil quilômetros que consumiu mil litros de gasolina”, afirma.

Lerner também tem em sua coleção um Mustang 1968 e motor 5.0 de 260 cv de potência; e um Ford Thunderbird 1991 vermelho, com propulsor de 5 litros, 215 cv, e suspensão independente nas quatro rodas; além de ter adquirido um Ford 1951 verde-metálico, o mesmo modelo que anos atrás foi vendido por seu tio.

Relíquia – O Ford 1951 de Renato Quaresma, de São Caetano, guarda uma história familiar, pois o veículo foi de seu avô Narciso Tolaini – hoje com 96 anos –, que na década de 50 tinha uma concessionária Ford e comprou o veículo zero km. O carro já rodou 400 mil quilômetros, e foi útil no aprendizado da direção para vários integrantes da família.

O Ford 1951 azul-claro possui motor V8, 3.824 litros, com 100 cv de potência, além de câmbio mecânico de três velocidades e freios dianteiros e traseiros a lona. A suspensão dianteira é dotada de molas helicoidais independentes, e a traseira, com feixes de mola.

Segundo Quaresma, o carro, que tem 51 anos, está em perfeito estado, pois durante todos esses anos passou por manutenções. “Aos finais de semana, quando saio com o carro, muitas pessoas até perguntam quanto eu quero pelo veículo. Nunca fui atrás de preço, pois não tenho a menor intenção de vender”, diz.




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