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Decepcionado, Rubinelli já considera volta a Mauá
Fabrício Calado Moreira
Do Diário do Grande ABC
04/07/2005 | 08:00
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Mesmo sem ocupar pasta alguma no governo, o deputado federal Wagner Rubinelli (PT), de Mauá, é um dos mais apreensivos quanto à possibilidade de o PMDB ganhar espaço no governo Lula com a reforma ministerial. O petista, segundo suplente do partido, pode perder o mandato a qualquer momento caso os ministros Ricardo Berzoini (Trabalho) e Aldo Rebelo (Coordenação Política) reassumam seus postos na Câmara dos Deputados.

O sentimento, revela Rubinelli, é de decepção. “Tinha muita coisa ainda para ser feita”, lamenta. O petista admite a possibilidade de ter que abrir mão do mandato, e não esconde que gostaria de continuar como deputado pelo menos até abril de 2006, prazo para que os deputados reassumam os cargos para se candidatarem à reeleição. “Espero que os dois sejam mantidos nos ministérios.”

A possibilidade de aumento de espaço do PMDB no governo não é poupada por Rubinelli. Com a reforma ministerial de Lula, o partido, que hoje ocupa as pastas da Previdência e Comunicações, dobraria o espaço para quatro ministérios. “Nem mesmo dentro do PMDB há consenso. Não sei se seria viável dar quatro ministério para um partido que está rachado e criou dificuldades durante todo o governo”, avalia. “Se acharmos que deve haver participação demais de outros partidos, podemos acabar descaracterizando nosso governo.”   Para contornar a crise e garantir a governabilidade, contudo, Rubinelli tem outra sugestão ao PT: que a articulação política fique a cargo do deputado federal João Paulo Cunha (PT), ex-presidente da Câmara. “Depois que ele deixou a presidência, ficamos totalmente desarticulados.” Perguntado sobre qual a diferença entre Cunha e o atual coordenador político do governo, Aldo Rebelo (PC do B), Rubinelli crê que “João Paulo é uma pessoa muito mais prática”.

Porém, ao invés de defender a saída de um dos dois, a idéia do petista de Mauá é que e Cunha e Rebelo trabalhem juntos. “Os dois têm trânsito, habilidade e não são truculentos, diferente de alguns líderes que se acham melhores que outros deputados”, cutuca, sem citar nomes.

Diante da enxurrada de denúncias envolvendo o PT e o governo, Rubinelli discorda que o partido tenha demorado para defender a apuração das acusações feitas pelo deputado Roberto Jefferson (PTB). “A demora que atribuem ao PT na questão do apoio à CPI do mensalão deve ser, no máximo, de quatro ou cinco dias”. O parlamentar lembra à ala do PT inicialmente contrária à investigação que não se deve desconsiderar as acusações por causa do autor. “Até ontem, o Roberto Jefferson tinha credibilidade no governo. Hoje não tem mais?”

O futuro – Caso perca o mandato, a primeira atitude de Rubinelli será voltar a atuar na área de Direito. O petista deve montar um escritório de advocacia com amigos para atender casos na área de direito autoral.

No plano político, além de empenhar-se na candidatura de Márcio Chaves (PT) à Prefeitura de Mauá – indefinição judicial impede a cidade de ter segundo turno –, Rubinelli trabalhará na candidatura a deputado federal. “Quero ver se o Grande ABC me manda direto para lá para não ficar nessa condição de suplência.”

Seu nome esbarra no do ex-prefeito Oswaldo Dias, que também almeja lançar-se candidato. Apesar de considerar que “se ele quiser disputar, é legítimo”, Rubinelli torce para Dias desistir. “Até porque apoiei a reeleição dele para prefeito, e gostaria dessa reciprocidade de apoio à minha candidatura para deputado federal”. Se ela não houver, diz Rubinelli, os dois concorrerão a uma vaga na Câmara. “Mas as chances de ganhar serão reduzidas”, admite Rubinelli.




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