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Advogada denuncia tratamento brutal aos grevistas de Guantánamo
Da AFP
19/10/2005 | 18:08
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O CCR (Centro para Direitos Constitucionais) declarou nesta quarta-feira que as anotações feitas por uma advogada em entrevistas realizadas com detentos de Guantánamo que fazem greve de fome - recém-divulgadas pela censura militar - descrevem um "tratamento brutal" em relação a estes prisioneiros.
 
A advogada Julia Tarver foi recentemente a Guantánamo para falar com seus clientes, Yusef Al Shehri, Abduhl-Rahman Shalabi e Majid Al Joudi, atualmente em greve de fome no centro de detenção na ilha de Cuba.

Segundo o CCR, para o qual Tarver trabalha, cerca de 200 prisioneiros participaram no movimento de greve de fome que começou em agosto. O Pentágono avalia atualmente o número de grevistas em 24, dos quais sete são alimentados à força no hospital com água e intravenosos.

"Tubos grossos, do tamanho de um dedo, são considerados pelos presos como objetos de tortura. Eles são introduzidos à força no nariz dos detentos até seu estômago. Não é dada nenhuma anestesia, ou calmantes", contou Tarver, segundo as anotações difundidas pelo CCR em um comunicado.

"Diante dos médicos de Guantánamo, entre os quais o chefe do hospital para os detidos, os guardas tiravam os tubos de um detido, sem nenhum tipo de higiene, e os reintroduziam no nariz de outro preso", acrescentou. "Quando esses tubos eram reintroduzidos, os detidos podiam ver os resíduos de sangue e de bílis dos outros presos", segundo as notas.

"Nunca imaginamos que veríamos o dia em que esse tipo de tratamento teria lugar num estabelecimento administrado pelo governo dos Estados Unidos", declarou Tarver, citada no comunicado do CCR.

Atualmente, 500 detidos continuam encarcerados em Guantánamo. Os detidos, supostos terroristas da Al-Qaeda ou vinculados aos talibãs, foram capturados principalmente em 2001, no Afeganistão. Alguns estão detidos há mais de três anos.

Os advogados dos prisioneiros em greve de fome, preocupados com seu estado de saúde, pediram na semana passada a uma juíza do tribunal federal de Washington o direito de poder visitá-los e ter acesso a sua ficha médica.




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