A namorada do coronel Ubiratan Guimarães, Carla Cepollina prestou depoimento nesta terça-feira no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), das 11h até depois das 20h. Os delegados já haviam constatado contradições em suas declarações.

A mãe de Carla, também advogada Liliana Prinzivalli, disse, em depoimento, que a filha esteve no local do crime e saiu às 16h.

Em casa, pouco depois, contou que deu um "depoimento livre", que falou o que quis e a polícia pouco perguntou.

Liliana disse que considera a possibilidade de o autor do assassinato ser algum funcionário demitido pelo coronel, mas não descarta a hipótese de crime passional, praticado por alguma mulher com quem Ubiratan tivesse se envolvido. Ela reitera que a filha é inocente, garante que não é ciumenta e que não houve discussão no sábado entre Carla e a delegada da PF (Polícia Federal) do Pará, Renata Santos Madi.

Documentos – Antes dos depoimentos, mãe e filha entregaram documentos à polícia: nota fiscal de dois pares de sapato comprados por Carla para Ubiratan na sexta-feira, nota fiscal das fechaduras novas do apartamento dele - ela comprou e ele iria reembolsá-la. O objetivo era provar que o namoro ia bem, disse Liliana.

O chefe de gabinete de Ubiratan na Assembléia, Eduardo Anastazi, contradisse várias afirmações de Carla e de sua mãe. Segundo ele, ela não era próxima dos filhos do coronel, não coordenava a campanha à reeleição, não interferia no gabinete e não circulava sempre com Ubiratan.

Sobre a possível participação dela no crime, respondeu: "Preferia não acreditar, mas tudo leva a crer que sim."

O tiro que matou o coronel partiu de um revólver calibre 38. A constatação dos peritos reforça a suspeita de que o assassino usou o revólver 38 de Ubiratan, único objeto que desapareceu de sua casa.

Teve início a perícia do celular da delegada Renata Santos Madi, que seria a nova namorada de Ubiratan e pivô da briga entre ele e Carla. Renata nega o namoro e diz que era amiga do coronel.