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Preço de trajetos em aplicativos varia 45%

Ao pesquisar opções, chegar a um mesmo destino pode sair quase que pela metade do preço

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
04/11/2017 | 07:08
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EBC


Para quem gosta da comodidade de contratar serviços de transporte por aplicativos, dica valiosa é a pesquisa entre as diversas opções, uma vez que o preço da mesma viagem pode sair até 45,09% mais barato de uma plataforma para outra, considerando o mesmo destino. Em pesquisa feita pelo Diário em quatro empresas (Uber, Cabify, Easy Taxi e 99), o valor do trajeto de 6,4 quilômetros entre a Prefeitura de Santo André e o Paço de São Bernardo pode ser contratado a partir de R$ 14 (99 Pop) e chegar a R$ 25,50 (Uber Black) – veja arte ao lado.

As empresas não divulgam o número de viagens, quilometragem ou valores de faturamento na região, entretanto, a Cabify afirma que cresce, semanalmente, na casa de dois dígitos no Grande ABC. Na avaliação do gerente-geral da Cabify São Paulo, Claudio Azevedo, utilizar transportes alternativos é uma tendência que ainda tem espaço para expansão. “É mais uma opção para o cidadão, pois o nosso País tem problemas de infraestrutura. O táxi tradicional é caro, o transporte público atrasa e não está em boas condições”, compara.

O usuário da região tem uma característica diferente, que é a utilização dos aplicativos como complemento do transporte público, destaca Azevedo. “Quando precisa chegar a um local distante, a pessoa solicita um carro até a estação de Metrô mais cômoda e parte de lá rumo ao destino final. É uma opção mais rápida e confortável.”

Um diferencial das plataformas é o cadastro do motorista. Em alguns casos, o processo seletivo envolve testes psicométricos, psicológicos e toxicológicos, além de vistoria no veículo – partes internas, externas e mecânica. Quanto ao pagamento, é possível efetuá-lo direto pelo aplicativo – que irá cobrar diretamente na fatura do cartão de crédito – ou quitar em dinheiro, desde que o usuário selecione a opção desejada ao contratar o serviço.

Com o objetivo de fidelizar a clientela, essas empresas disponibilizam constantemente cupons de descontos para determinada região ou usuário. Deste modo, ao contratar um veículo, um código é gerado. Quando alguém utilizá-lo, um amigo, por exemplo, ambos terão valores abatidos de suas viagens.

Dentro do mesmo aplicativo, é preciso ficar atento, pois existem opções e condições diferenciadas. A Uber, por exemplo, disponibiliza o serviço Uber Black (carros de luxo com até três anos de uso), Uber Select (carros confortáveis, com quatro portas, ar-condicionado e até cinco anos de uso) e Uber X (carros compactos ou pequenos sedãs, com ar-condicionado e até cinco anos de uso).
A Cabify oferece apenas uma modalidade na região, que é a contratação de carro particular sedã, com ar-condicionado e até cinco anos de uso.

Já a Easy Taxi e a 99 Taxi fornecem serviço de táxi tradicional, porém com tarifas abaixo do mercado. Por utilizarem táxis brancos, é cobrada a bandeira tarifária e o enquadramento na lei é diferente – por exemplo, eles podem andar nos corredores de ônibus nos horários de pico. Ambas oferecem serviços premium – 99 Top e Easy Plus+ – e alternativas econômicas – 99 Pop e Easy Economy.

Quanto ao táxi tradicional, embora o valor dificilmente seja cotado, por variar conforme o taxímetro, o Diário fez comparativo no site da empresa ABC Rádio Táxi. Na bandeira 1 o trajeto sai por R$ 21,78 e, na 2, R$ 25,30. Desde o ano passado, a fim de fazer frente aos aplicativos, não é mais cobrada taxa para deslocamento entre municípios – o que na região encarecia e muito a corrida, considerando que as sete cidades são conurbadas.

Mudanças na regulamentação agradam

Nesta semana, o Senado aprovou o PLC (Projeto de Lei Complementar) 28/2017 com duas alterações no texto-base que já havia sido aprovado pela Câmara, a fim de regulamentar a atuação das plataformas. A primeira delas foi a retirada da exigência da placa vermelha aos veículos de aplicativos e, a segunda, a obrigatoriedade de que os motoristas sejam proprietários dos veículos que utilizarem na atividade.

Dentre as mudanças propostas originalmente, estavam a necessidade de licença das prefeituras para que o motorista pudesse operar e a proibição de viagens intermunicipais, sendo estas de exclusividade dos táxis. Já o texto aprovado pelo Senado não obriga autorização das gestões municipais, sendo de sua responsabilidade apenas a fiscalização do serviço, enquanto que os trajetos entre cidades está autorizado aos aplicativos.

A votação do PLC foi realizada em meio a protestos. Com os resultados, a Uber afirmou em nota que foram ouvidas as vozes de motoristas e usuários, “retirando do texto muitas das burocracias desnecessárias propostas”. A Cabify partilhou da mesma opinião e acrescentou que “os resultados obtidos nos últimos anos foram mais opções de mobilidade urbana para o consumidor, nova fonte de renda para população, menos trânsito e poluição”.

Com as mudanças, a proposta retornará para a Câmara, ainda sem data marcada para nova votação.

Serviços de beleza e entrega de alimentos por delivery

Partindo do mesmo princípio dos carros particulares, os aplicativos de entrega de comida estão se tornando populares. Alternativas como iFood e UberEats – que não abriram seus números – permitem que a pessoa escolha a refeição entre os restaurantes cadastrados e um entregador – parceiro da plataforma – fará o delivery. A opção funciona bem em áreas não atendidas pelo serviço de motoentrega do estabelecimento desejado ou dos que não contem com esse tipo de serviço.

É possível que o contratante acompanhe o status de seu prato pelo aplicativo, desde a preparação ao trajeto até o destino final. É cobrada taxa de entrega fixa, de R$ 7,90, no caso da UberEats, enquanto que no iFood varia de acordo com o restaurante. Em ambos os casos, são gerados cupons de descontos periodicamente, que podem ser compartilhados com os conhecidos, gerando mais descontos às duas partes.

BELEZA
Visando otimizar o trabalho dos profissionais da beleza e o tempo dos consumidores, aplicativos voltados a esse segmento ofertam serviços como massagem, manicure e depilação em domicílio, e conectam quem procura por eles a quem os oferece. No Grande ABC, entre agosto e setembro foram realizados cerca de 500 atendimentos desta modalidade, segundo dados do aplicativo Singu. “O mercado de consumo de produtos delivery cresce cerca de 20% ano a ano no Brasil e esse aumento é exponencial”, comenta Tallis Gomes, CEO e fundador da plataforma e do aplicativo Easy Taxi.

Para o profissional, a principal vantagem é ampliar o faturamento, uma vez que quando ele trabalha em um salão de beleza, aproximadamente 70% de seus ganhos costumam ficar para o estabelecimento. Já no caso dos aplicativos, o cenário é oposto: o profissional fica com 70% dos seus ganhos, além de flexibilizar sua agenda. Para se ter ideia, Gomes afirma que a receita média de uma manicure que possui estabelecimento fixo é R$ 1.800 por mês, enquanto que por meio da ferramenta sobe para R$ 6.000. Para o contratante, a comodidade é o principal ponto positivo, destaca o criador da Singu.

Mercados e shoppings oferecem descontos para usuários on-line

Com o intuito de fidelizar clientes, os supermercados lançaram aplicativos que oferecem descontos baseados no perfil do consumidor. No caso da plataforma Meu Desconto do GPA (Grupo Pão de Açúcar), disponível nos aplicativos do Clube Extra e Pão de Açúcar Mais, disponibiliza descontos no CPF cadastrado.

“As ofertas estão divididas entre as categorias baseadas no histórico de compras de cada cliente e outras sugeridas que possam interessar ao usuário”, explica Renato Camargo, gerente de fidelidade do GPA.

No Meu Carrefour, o cliente pode se cadastrar para ganhar descontos na hora das compras e também emitir cupons de ofertas, que podem ser utilizados tanto on-line quanto nas lojas físicas.

Para se ter ideia, no caso do GPA há promoções com no mínimo 20% de desconto em determinado produto. No entanto, a desvantagem é que apenas clientes que possuem o aplicativo no smartphone conseguem ter acesso a essas promoções. “Nos aplicativos, as ofertas são personalizadas de acordo com o comportamento de compra daquele determinado cliente”, justifica Camargo, ao acrescentar que nada muda para os benefícios apresentados nas lojas físicas.

Alguns shoppings do Grande ABC contam com plataformas que permitem marcar a vaga de estacionamento, assim como validar o tíquete; procurar por lojas e serviços, além de comprar ingressos para o cinema. No caso do Grand Plaza Shopping, em Santo André, é possível realizar acesso pelo aplicativo ou navegador, e o login pode ser feito pela conta do Facebook.

No São Bernardo Plaza Shopping, o valor do estacionamento é fixo em R$ 6 para quem validar o tíquete pelo aplicativo. Assim sendo, o cliente poderá permanecer por tempo indeterminado no centro de compras sem pagar a mais por isso.

O também são-bernardense Shopping Metrópole conta com aplicativo que oferece localização de lojas e aquisição de ingressos para o cinema. O centro de compras também tem ferramenta disponível pelo WhatsApp, pelo 96195-5876, que poderá tirar dúvidas sobre serviços e até mesmo reservar produtos.




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