“Apenas quando a fome se transforma em um problema político nós prestamos atenção”, disse. Lula disse que chegou a pensar, no início do movimento sindical no ABC, que a fome era uma espécie de “castigo” bem aplicado para povos que não se empenhavam em sobreviver. Agora, garantiu ele, esse conceito se inverteu. “Depois descobri que a fome não leva nenhum povo à revolução, mas à submissão”.
Lula disse que vai entregar o cheque do prêmio Príncipe das Astúrias, que recebeu pelo seu trabalho na defesa do combate à pobreza em todo o mundo, para o secretário-geral da ONU, Kofi Annan. O prêmio, no valor de 50 mil euros (cerca de R$ 160 mil), vai para o Fundo Mundial de Combate à Pobreza.
“É preciso que a comunidade internacional assuma sua responsabilidade coletiva, se comprometendo na única guerra da qual sairemos todos vencedores: a luta contra a pobreza e a exclusão social”, ressaltou. “A arma fundamental para esse combate é conhecida: desenvolver a democracia econômica, social, cultural e política”.
O presidente declarou que “o comércio internacional tem que se liberar das práticas protecionistas que privilegiam poucos grupos”. Lula encerrou seu discurso dizendo que “todos e cada um dos seres humanos devem desfrutar da oportunidade de viver a vida no seu esplendor, a vida e nada mais”.
Prêmio- Lula recebeu de presente da presidente do Parlamento de Astúrias, María Jesús Alvarez González, um crucifixo com o símbolo do prêmio espanhol. A visita ao parlamento foi um pedido pessoal do príncipe de Astúrias, Felipe de Borbón, que atrasou a foto oficial com os outros chefes de Estado em uma hora para que Lula pudesse visitar os parlamentares.
O presidente brasileiro ganhou o prêmio Príncipe de Astúrias na categoria Cooperação Internacional. A homenagem é entregue anualmente aos que se destacam por ações em benefício da humanidade. Lula será condecorado ao lado de outras sete personalidades internacionais, em diferentes categorias. Comitiva - Participam da comitiva do presidente os governadores petistas Flamarion Portela (Roraima), Jorge Vianna (Acre) e Wellington Dias (Piauí), o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, e o relator do Orçamento da União, Jorge Bittar.
Eles não terão nenhum compromisso internacional e voltam ainda nesta sexta ao Brasil.
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