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Ibama apreende R$ 350 mi em madeira ilegal no PA
Do Diário do Grande ABC
05/01/2000 | 17:54
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O superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, Paulo Castelo, disse nesta quarta-feira que nos últimos dois meses foram apreendidos cerca de 50 mil metros cúbicos de madeira cortada, transportada e vendida ilegalmente. O que representa mais de 350 milhoes de reais, valor aproximado do arrecadado pelo Estado com a exportaçao legal para o sudeste asiático, Europa e Estados Unidos.

A maior parte da madeira apreendida será doada a comunidades pobres para a construçao de escolas, postos de saúde e creches de Belém e do interior do Pará. A outra parte será leiloada e os recursos usados na fiscalizaçao.

A atividade ilegal envolve falsificaçao de guias do Ibama que sao esquentadas nas operaçoes comerciais por quadrilhas que atuam no setor.

"Estou recebendo apoio do ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, para fazer cumprir a lei, doa a quem doer". disse Castelo, há cerca de dois meses no cargo. Antes do Natal ele comunicou ao ministro que sua família vem recebendo ameaças. Policiais federais acompanham Castelo dia e noite e fazem a segurança de sua residência em Belém.

Manejo - Uma das maneiras encontradas para combater a devastaçao indiscriminada e a extraçao de madeiras nobres - principalmente o mogno - em reservas indígenas é a fiscalizaçao sobre os projetos de manejo que passaram pelo crivo inicial do órgao. "Vários projetos eu cancelei, outros ficaram pendentes, mas na verdade eu ainda nao aprovei nenhum. Isso só ocorrerá quando ficar comprovado pela fiscalizaçao que esses projetos estao sendo executados."

Segundo Castelo, há madeireiros que querem trabalhar seriamente, procurando extrair seletivamente a madeira sem devastar as florestas paraenses, mas há outros que pensam somente no lucro fácil e imediato.

"No final do ano eu tive com os madeireiros uma reuniao na qual 80% das reivindicaçoes deles foram atendidas. Nós nao somos o bicho-papao que vai sair massacrando todo mundo, mas a lei jamais deixará de ser cumprida."

O Ibama, observou Castelo, antes fazia que fiscalizava e os madeireiros fingiam que cumpriam a lei. O superintendente acha que os madeireiros precisam de um prazo para se adaptar à nova lei de crimes ambientais. "Vamos colocar nossos fiscais, durante esse período, nao para multar, mas para orientar. Quem quiser trabalhar sério irá se adaptar. Quem nao quiser terá a lei contra si."




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