Economia Titulo Orçamento doméstico
Família organiza contas
e o desafio é poupar

Após colocar as finanças em ordem, moradora de Mauá deve
iniciar reserva para alcançar metas; dívidas foram negociadas

Erica Martin
Diário do Grande ABC
01/04/2012 | 07:28
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Poupar. Essa é a palavra de ordem para Vanderlúcia Silva Carvalho, 29 anos, que está recebendo assessoria financeira do educador Reinaldo Domingos, desde janeiro. No mês de março, ela quase desistiu de continuar a empreitada de reorganização das finanças pessoais. "Estava muito desmotivada com tudo, ainda não consigo poupar nada e cortar gastos, nem pensar", falou Vanderlúcia.

Mas depois de uma conversa com o especialista, a assistente de programação voltou atrás. "Uma das consequências desse processo de reestruturação da vida financeira, muitas vezes, é o vazio e a falta de confiança, mas a Vanderlúcia já evoluiu bastante. Pagou algumas dívidas e já caminha para renegociar outras", falou Reinaldo.

Na primeira reportagem publicada pelo Diário, Vanderlúcia não tinha conseguido pagar o boleto da faculdade, que agora já está quitado. Mas a moradora ainda precisa saldar a dívida do cartão de crédito no valor de R$ 1.700.

POUPANÇA

Por estar inadimplente, Vanderlúcia não tem mais acesso ao plástico.Ela também não tem cheque especial. Portanto, ter a conta no vermelho não é mais o maior entrave para a sua vida financeira. Os maiores gargalos do orçamento da mauaense hoje é a falta de reservas financeiras e a dificuldade para conseguir diminuir as despesas. Portanto, a meta para os próximos três meses é poupar, mesmo que sejam apenas R$ 50 por mês. "Existem algumas gorduras que podem ser cortadas da lista de despesas. É possível economizar um pouquinho de cada item, sejam R$ 5 ou R$ 10. Acredito que isso já será possível a partir deste mês", comenta Domingos.

O consultor lembra que Vanderlúcia potencializará seu salário em breve, principalmente porque em um ano ela terá terminado o curso universitário. Até lá estará mais preparada para direcionar parte do dinheiro às aplicações financeiras em vez de apenas elevar sua capacidade de consumo.

METAS

Em março, Domingos sugeriu que Vanderlúcia fizesse a inscrição no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), programa do governo federal. Como o prazo de inscrição já foi encerrado, ele orienta a assistente de programação ficar atenta à próxima data para participar do processo de seleção. "Ela poderá poupar 50% deste valor para, lá na frente, melhorar sua qualidade de vida", comenta o especialista. O juro do financiamento do governo é de 3,4% ao ano, taxa muito inferior ao rendimento obtido com a poupança (de 6% ao ano mais TR), que é o investimento mais conservador. Portanto, vale a pena depositar o dinheiro, que seria destinado à universidade, na caderneta e se inscrever no Fies.

A outra sugestão de Reinaldo é que ela busque atividades extras para aumentar sua renda mensal. Para não reduzir ainda mais o tempo que passa com a família, uma sugestão do educador é vender, por exemplo, ovos de Páscoa feitos por outra pessoa e ganhar comissão com isso. Apesar dos sonhos serem o fator de motivação para quem quer economizar, o especialista diz que só depois dos primeiros centavos guardados é que poderá ser definido o valor que será direcionado para cada uma das metas definidas por Vanderlúcia. A dívida de R$ 1.700 no cartão de crédito é uma delas.

Domingos explica que com o dinheiro em mãos será mais fácil negociar com o banco. "Já é normal os bancos cobrarem apenas de 20% a 30% da dívida quando o consumidor está inadimplente e decide negociar", conta.

No mês passado, quando Vanderlúcia fez um diagnóstico durante 30 dias, Domingos sugeriu que ela diminuísse os gastos com guloseimas de R$ 86,90 para R$ 43,45 e que o gasto com salão de beleza fosse reduzido de R$ 79 para R$ 39,50. Com salão o gasto do mês chegou a R$ 50, mas ela não contabilizou se as despesas com o lanche da tarde e os doces estão menores.

Na próxima reportagem, no dia 6 de maio, você vai saber se a moradora de Mauá conseguiu ou não guardar seus primeiros reais.




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