O boom imobiliário dos últimos anos impulsionou o crescimento de um outro segmento dentro da área de construção civil: o mercado de demolições, que apresentou crescimento de 30% em 2007 na comparação com 2006, conforme informações de empresários do segmento.

"Muitas empresas de São Paulo começaram a investir na região, para construir edifícios em áreas nobres, onde não há mais terrenos disponíveis. A única forma de levar o empreendimento para frente é demolindo o que já existe", comentou Dario do Carmo, diretor da Activa, empresa de São Bernardo, que faz cerca de quatro demolições por mês.

Para o empresário, assim como as empresas de construção servem de termômetro para o segmento, o número de demolições também é um indicador de como estará o mercado no futuro.

"A demolição contratada hoje significa que algo novo será construído depois. Enquanto durar a obra, o setor de construção civil estará sendo movimentado", disse.

CLIENTES - Curiosamente, a maioria dos clientes das empresas de demolição do Grande ABC é de construtoras da Capital, mesmo que o serviço seja feito aqui.

"No momento, a região corresponde a 10% do meu faturamento. Parece pouco, mas há dois anos não chegava a 1%", disse Carmo.

O mesmo ocorre com a ABC Demolidora, de Diadema, que é responsável por cerca de dez demolições mensais na região e em São Paulo.

"Temos poucos clientes daqui, embora cerca de 50% do serviço contratado seja para demolir alguma construção na região", comentou o orçamentista da empresa, Antônio José Rosa.

O engenheiro da construtora M.Bigucci, de São Bernardo, João Cláudio Amâncio, conta que há alguns anos mantém parceria com uma demolidora de São Paulo por questões de confiança. "Quando é uma pequena demolição, a própria construtora pode fazer. Mas, quando se trata de um caso mais complexo é preferível contratar uma demolidora. Optamos por uma empresa de confiança, com muitos anos de atuação no mercado", disse o engenheiro.