Esportes Titulo Fórmula Indy
Castroneves é o nome a bater Power
Derek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
03/05/2013 | 07:10
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Celso Luiz/DGABC


 

 

Will Power chega a São Paulo como favorito absoluto a conquistar pelo quarto ano consecutivo a vitória da prova brasileira da Fórmula Indy. No entanto, neste ano ele tem um forte rival. Aliás, um concorrente caseiro: o companheiro na equipe Penske, Helio Castroneves. Ontem à tarde, no Anhembi, os pilotos brasileiros concederam entrevista coletiva e o atual líder do campeonato foi o mais acionado, sobretudo por chegar com moral à prova de rua paulistana.

“Este é o melhor início de temporada da minha carreira. Estamos bem consistentes. Na última prova (Long Beach) não fomos tão bem (décimo), mas os concorrentes diretos também não. A intenção é parar nosso companheiro (Will Power), que é favorito, mas se isso não for possível ao menos manter e expandir a liderança do campeonato”, destacou Castroneves, que prometeu ousadia. “O sonho de todos nós brasileiros é vencer aqui. Espero aproveitar esse bom momento para ser ofensivo ao invés de ficar na defensiva, porque tem muitas provas pela frente”, emendou. Tony Kanaan, da KV Racing, e Bia Figueiredo, da Dayle Coyne, também estiveram presentes, mas acabaram coadjuvantes. Os holofotes estavam todos em Castroneves.

Como acontecera nos anos anteriores, os pilotos brasileiros elogiaram a organização da prova, a qual denominam como “a melhor corrida de rua da temporada”. “Essa prova é exemplo para outros circuitos deste tipo. Que possam analisar o que fazem aqui para fazer lá (Estados Unidos)”, destacou Helio Castroneves. “Como presidente da Associação dos Pilotos, cansei de frisar que devem utilizar essa pista como modelo. Fazem com que seja uma das melhores que a gente já correu”, emendou Kanaan. “Não é puxação de saco, mas o trabalho feito em São Paulo é maravilhoso. Para mim, como paulista e brasileira, é muito especial tudo isso”, disse Bia.

A coletiva ainda teve momentos descontraídos. Companheira de Kanaan na KV, a suíça Simona de Silvestro surgiu no meio dos jornalistas para simular pergunta, tirando risos de todos. Outro momento como este foi quando Bia Figueiredo ofereceu a Tony Kanaan a munhequeira que utilizou em 2012, quando sofreu acidente e teve lesão semelhante à do compatriota, este que envolveu-se em batida com Oriol Servia na última volta em Long Beach e está com a mão parcialmente imobilizada.

Kanaan prega superação contra lesão

Envolvido em acidente na última volta do GP de Long Beach, quando foi acertado por Oriol Servia, o brasileiro Tony Kanaan levou a pior: teve lesão de ligamentos da mão direita, que está imobilizada. Mesmo assim, com o bom humor característico, definiu durante a coletiva de ontem que a corrida será da superação.

“Foi acidente banal que me custou bastante. Quando fui ao médico, no dia seguinte, e ele me disse que a recuperação era de oito meses, achei que estava tirando sarro da minha cara. É necessário repouso, mas é o que menos tenho. Só vou saber das minhas condições no sábado (amanhã), às 8h30 (no primeiro treino livre). Mas aqui em São Paulo, vou nem que for com uma mão. Tenho certeza que vai doer, mas tem de engolir a dor”, destacou.

Após a coletiva, Kanaan faria um molde de borracha para proteger a área machucada. “Com o acompanhamento dos médicos farei uma proteção especial para imobilizar o dedão, onde tem a maior parte dos ligamentos, porque no restante da mão tenho força.”

BIA FIGUEIREDO

Com contrato na Dayle Coyne apenas para mais duas corridas (São Paulo e Indianápolis), a brasileira vive expectativa de prorrogar o vínculo. “Está em aberto. Tem trabalho sendo feito, mas é cedo para dizer. É necessário sorte para expandir nossos patrocinadores e ter mais possibilidades de competir até o fim do ano”.

 

Organizadores são só elogios a prova

Restam apenas 2.000 ingressos à venda para a etapa brasileira da Fórmula Indy, a ser realizada amanhã e domingo, no Anhembi. E tal panorama só serve para que os organizadores comemorem o sucesso da prova paulistana, que caiu nas graças não só do público, como dos dirigentes da própria categoria norte-americana, caso do vice-presidente da Indy, Greg Gruning.

Ontem, durante a coletiva dos pilotos, ele exaltou a proximidade cada vez mais íntima entre o País e a Indy. “Não poderíamos estar mais felizes. É sempre uma satisfação muito grande vir a São Paulo, que é um mercado enorme para nós. Usamos o combustível local, temos um brasileiro liderando o campeonato (Helio Castroneves), outro chegando à sua 200ª largada consecutiva (Tony Kanaan) e a Bia (Figueiredo) encaixando boa sequência de corridas. Além disso, temos grande suporte dos organizadores e do público.”

E em meio a este sucesso, o diretor-geral da empresa organizadora, Caio Luiz de Carvalho, a Indy movimenta R$ 80 milhões na Capital. Isso também se deve ao fato de 30% do público vir de fora da Grande São Paulo e ficar hospedado ao menos três dias. “É uma cidade com vocação para grandes eventos e a Indy está consolidada no calendário. É muito importante pela projeção que faz lá fora. São Paulo é o maior destino de turistas dos Estados Unidos entre as cidades da América do Sul”, afirmou o presidente da SPTuris (São Paulo Turismo), Marcelo Rehder.

O único momento sem tantas flores foi quando os organizadores foram avisados que equipamentos eletrônicos de uma equipe da TV Bandeirantes foram furtados no Pavilhão de Eventos do Anhembi.

GARAGEM

Mecânicos e pilotos deram as caras ontem. Os carros já estão montados e hoje serão ouvidos os primeiros roncos de motores. Amanhã, às 8h30, haverá o primeiro treino livre.  DB

 




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