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Morando pede para Lula ajudar
gestão 'muda' de Luiz Marinho
Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/01/2011 | 07:47
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O recente retorno de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à cidade que o projetou politicamente já lhe traz pedidos curiosos. O deputado estadual Orlando Morando (PSDB), oposição ao governo Luiz Marinho (PT), de São Bernardo, criticou duramente o ritmo lento da gestão municipal até o momento, sem tocar os principais programas de governo prometidos na campanha e, por isso, pede para que o ex-presidente, por meio de sua experiência, sensibilize a administração "muda e letárgica" de seu pupilo.

Questionado como a oposição iria se posicionar no que diz respeito ao relacionamento estreito entre Lula e Marinho, Morando prevê o sentimento do petista ao receber a chave simbólica da cidade. "Tenho certeza de que ele, agora com mais tempo, vai andar pela cidade e vai ver que chegou a uma casa extremamente bagunçada. O que eu posso desejar é que o Lula, com sua sensibilidade, possa dar conselhos ao Marinho para que ele possa melhorar o governo e ouvir mais a população."

O tucano dispara que Lula deve esse compromisso à população, considerando que auxiliou para a vitória do correligionário. "Quem sabe possa trazer bons fluídos voltando a morar na cidade e oriente os passos da administração. Nada mais justo já que ele ajudou o Marinho a ser eleito. Ninguém pode subestimar a liderança do Lula. Disse quando perdi a eleição (em 2008) que o fator preponderante foi a força do Lula."

Um dos pontos usados para demarcar as gestões petistas, o Orçamento Participativo em São Bernardo para o tucano não passa de engodo. "As pessoas pouco podem opinar e na verdade não tem mudado a característica do governo e tem distanciado a administração. São soberbos no aspecto de ouvir mais e fazem governo praticamente surdo, que perde oportunidade de pessoas que conhecem a cidade contribuir."

Morando enfatiza que o relacionamento com o empresariado ficou péssimo. "Antes existia o conselho de desenvolvimento econômico, isso não existe mais, se desmantelou e o empresário hoje não tem caminho público aberto."

De acordo com o deputado estadual, o Orçamento bastante satisfatório de mais de R$ 3 bilhões de São Bernardo dá condições de se fazer muitas obras de melhorias efetivas na vida das pessoas, ao contrário do governo letárgico do petista nesse primeiro biênio. "Uma coisa eu posso garantir: tudo que ele prometeu vai ser impossível de ser cumprido. Até mesmo nas pequenas coisas o prefeito peca. Foi prometida a revitalização do Parque Estoril e absolutamente nada foi feito. O Parque Cidade das Crianças não atrai as crianças. Nada de programa de combate às enchentes, tirou a guarda municipal das escolas, falta de manutenção, além de acabar com o programa de educação especial"

Segundo Morando, as quatro UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), do governo federal, implantadas na cidade não passam de UBSs (Unidades Básicas de Saúde) de lata. "Não adianta ter prédios na Saúde sem médicos, enfermeiros e qualidade no atendimento. Posso afirmar que a atenção dada à Saúde em São Bernardo hoje está totalmente deteriorada. Piorou tanto no Pronto-Socorro Central, como nos hospitais que eram referências como HMU (Hospital Municipal Universitário) e Anchieta. As UPAs oferecem péssimo atendimento."

 

Tucano briga para barrar fichas sujas comissionados

 

Após passar novamente pelo crivo das urnas rumo ao terceiro mandato, o tucano Orlando Morando trabalha nos bastidores para convencer os demais colegas de Assembleia Legislativa a aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional), de sua autoria, para barrar fichas sujas de exercer cargos em comissão. Após sucesso da Lei da Ficha Limpa, apesar de na prática pouco ter restringido os políticos com passados nebulosos, o tucano prevê que a ampliação desse projeto tende a ser aplaudida pela população.

"Se a ideia foi bem para aqueles que disputam eleição não vejo problema também para os comissionados. Muitos não foram sequer eleitos, são escolhidos, como secretários, diretores, presidentes de estatais, assessores. A intenção é poder ampliar esse espírito de moralidade no serviço público. Será um desafio. Nós voltaremos no dia 1º de fevereiro e esse vai ser um dos meus projetos prioritários para 2011. Não acho que será fácil, pois é quebra de paradigma", avaliou.

Para ser avalizada, a PEC necessita de 57 votos favoráveis dos 94 possíveis no Legislativo. "Estamos chegando com nova composição e pretendemos interagir com os líderes de bancadas e individualmente com cada deputado."




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