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Empresa de telecomunicações de Mauá em recuperação judicial deixa de pagar rescisão de funcionários

Daruma, que faz reparos em orelhões, deve valores para, ao menos, 37

Por Flavia Kurotori
Especial para o Diário
03/10/2017 | 07:21
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A unidade mauaense da empresa Daruma Telecomunicações não depositou as verbas rescisórias de trabalhadores dispensados desde o início do ano. Ao todo, 37 dos 370 funcionários foram desligados e não receberam seus direitos, de acordo com o Sintetel (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações). A entidade informa ainda que alguns profissionais demitidos há mais de um ano também sofrem com a falta de pagamento.

“Ela (a empresa) propôs ao sindicato o parcelamento das quantias, mas nós não aceitamos. O trabalhador não tem nada a ver com a insolvência da empresa”, afirma o vice-presidente do Sintetel, Mauro Cava de Britto, ao lembrar que a companhia passa por processo de recuperação judicial iniciado em dezembro de 2016.

Ainda segundo o sindicalista, as demissões resultam de crise em uma das principais atividades da empresa, o reparo de orelhões. “A Daruma presta serviços de manutenção em telefones públicos para a Telefônica, porém, com o desaparecimento deste meio de comunicação, a demanda de serviço caiu drasticamente”, avalia.

Demitido no dia 15 de setembro, ex-funcionário que prefere não se identificar conta que a entidade não depositou os valores do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) nem da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) nos últimos anos. “Alguns colegas demitidos conseguiram receber os valores, em prazo de dois meses, mas só quando acionaram a Justiça. A Telefônica não deveria contratar uma empresa como esta”, desabafa.

Britto destaca que há ações coletivas do sindicato contra a companhia e, em alguns casos, os ex-funcionários optaram por acionar o Judiciário individualmente. “Os valores têm que ser pagos. É um direito do trabalhador”, completa.

Reunião entre a Daruma e o Sintetel acontecerá hoje à tarde com o objetivo de negociar a condição dos ex-funcionários. O sindicato explica já ter informado a Telefônica sobre a situação, e diz que está tentando agendar encontro entre as três partes para possível acordo.

Em nota, a Daruma Telecomunicações não comentou o caso e garantiu estar “se esforçando para manter o máximo de estrutura possível, seja de origem humana, que consideramos nosso bem mais valioso, ou material”. Já a Telefônica informou “que monitora aspectos trabalhistas e operacionais de suas prestadoras de serviços”, sem entrar no assunto questionado. 




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