Os carros da Fórmula Indy começam a andar nesta sexta-feira no oval de Jacarepaguá e as equipes têm uma única preocupaçao: a busca do melhor acerto com os novos aerofólios traseiros, o Handford MKII (de alta pressao como o utilizado em Nazareth). Para Michael Andretti, um dos favoritos da Rio-200, a velocidade final deverá ser reduzida em cerca de 10 milhas (16 09 quilômetros) por hora. Charles Whiting, delegado de segurança da FIA, inspecionou e aprovou esta quinta-feira o circuito para a terceira etapa da temporada.

"Esta é uma questao de segurança, apenas. Para o público, o espetáculo nao será afetado. E as chances de ultrapassagem serao até maiores", disse esta quinta-feira o piloto da equipe Newman Haas, nos box do autódromo carioca.

A Cart - Championship Auto Racing Teams - estabeleceu duas sessoes de treinos livres, esta quinta-feira, entre 10h30 e 12h00 e das 14h30 às 15h30. No Domingo, a largada da corrida está marcada para 13h30. Whiting esteve esta quinta-feira pela terceira vez em Jacarepaguá. Agora, entretanto, a presença do delegado de segurança ganhou importância já que a FIA, na reuniao do Conselho Mundial de 6 de abril, oficializou a categoria americana. A Indy, sob organizaçao da Cart, existe desde 79.

A melhor volta da Indy em Jacarepaguá pertence a Christian Fittipaldi, com Swift/Ford (Newman Haas), pole position em 99, com a média horária de 279,969 km/h. A rigor, esta foi a velocidade mais alta alcançada por um carro de corrida em uma pista brasileira em todos os tempos. Na Fórmula 1, em Jacarepaguá, a média horária mais alta pertence a Ayrton Senna, com McLaren/Honda, pole em 89: 212,323 km/h.

Para se ter uma idéia do que significa a marca de Christian, no ano passado, o recorde de pole da F-1 em Monza, estabelecido por Mika Hakkinen, com McLaren/Mercedes no ano passado, foi 251 989 km/h.

Christian, agora com um Lola/Ford da mesma Newman Haas, está no páreo para lutar pela pole, pelo segundo ano consecutivo, sábado, na tomada oficial de tempos. "É difícil falar em superar o tempo do ano passado. Mas quero largar na frente", disse esta quinta-feira o piloto brasileiro.

Esta quinta-feira, Tony Kanaan, da Hollywood/Mo Nunn, percorreu a pista com um carrinho de golfe ao lado dos engenheiros da equipe e gostou de ver que a ondulaçao que mais aborreceu os pilotos no ano passado, sob a ponte da reta oposta, foi eliminada. "O piso está melhor assim como todo o autódromo", disse o piloto.

Na qualidade de melhor brasileiro na classificaçao do campeonato da Indy (4º colocado com 20 pontos - o líder é Paul Tracy com 34), Roberto Moreno, que corre com um Reynard/Ford (equipe Visteon/Patrick), pontificou como uma das grandes atraçoes da corrida. "Estou vivendo um momento excepcional. Para mim isso é um sonho. É ótimo saber que posso enfrentar todos aqui em igualdade de condiçoes. Esta é minha primeira grande oportunidade no automobilismo". Mas, se depender de Christian Fittipaldi, o trabalho de Moreno será difícil. Christian largou na pole em 99 mas errou na regulagem do carro e perdeu velocidade nas retas.

"Agora estamos revendo o que fizemos de errado. Esse equívoco nao cometeremos mais". Michael Andretti, companheiro de Christian, também resumiu com poucas palavras como pretende atuar em Jacarepaguá, no domingo: "Nao estou pensando em tática. Como sempre, continuo fiel ao princípio de que o melhor é ir logo para a frente e ficar lá".

Esta quinta-feira, o diretor de cinema americano Renny Harlin, da Franchise Pictures & Warner Brothers, especializado em filmes de açao, visitou Jacarepaguá. Harlin é o responsável pelo filme "Champs" que está fazendo na Fórmula Indy com o ator Sylvester Stallone. O filme terá diversas tomadas na etapa brasileira.