Entre os impactos sociais e econômicos negativos da criação, pelas mãos do governador do Estado, de holding para controlar a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e explorar outros negócios de saneamento ambiental, está a desestruturação da categoria econômica de empresas privadas que, há quase 50 anos, dedicam-se à prestação de serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos aos municípios paulistas e de outras praças do País.
Isso porque, entre tais negócios, estão o gerenciamento e a destinação de resíduos, o que corresponde a incorporar a atividade econômica ao modelo estatal de saneamento, em flagrante retrocesso estatizante, na medida em que a controladora da Sabesp pode oferecer às prefeituras os citados serviços de forma tarifada, por meio de contratos de programa, sem concorrer com as operadoras privadas.
O ingresso da iniciativa privada na limpeza pública, no início da década de 1970, foi o fator de evolução que permitiu aos municípios vencerem o desafio cotidiano de proporcionar espaços públicos limpos e saudáveis para que a coletividade local deles pudesse usufruir para se desenvolver social, econômica e culturalmente e, também, de estancar a geração de passivos ambientais.
De lá para cá, os desafios do setor de limpeza urbana impulsionaram o aperfeiçoamento contínuo da atividade e sua elevação aos melhores padrões mundiais, conformando o setor econômico autônomo, eficiente e competitivo, que congrega 126 operadoras privadas e cerca de 41,4 mil trabalhadores, somente no Estado de São Paulo.
A alegada busca de novos negócios e receitas pelo governo contrasta com o fato de muitos municípios estarem descontentes com a qualidade dos serviços e a falta de investimentos da Sabesp no seu principal propósito, como é consenso entre especialistas. Entretanto, a magnitude dos lucros alcançados pela companhia no ano passado, da ordem de R$ 2,9 bilhões, demonstra que o problema não está na capacidade econômica da Sabesp.
Assim, conquanto não faltem recursos à Sabesp para atuar melhor na área do saneamento líquido, queixa recorrente dos municípios, e ainda ser consenso que o Estado deve se concentrar nas atividades que lhe são próprias, a disposição do governo paulista de estender seus tentáculos sobre setor de atividade econômica consolidado afigura-se contrassenso político-econômico e medida evidentemente casuística, que só beneficia os seus sócios ocultos em prejuízo da sociedade como um todo.
Márcio Matheus é presidente do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo).
Palavra do leitor
Rua Itapira
Notifico os transtornos que os moradores e usuários da via pública estão passando por falta da correção dos buracos na Rua Itapira, altura do número 144, Parque Erasmo Assunção, em Santo André. E mais. Os mesmos estão espalhando pedras soltas na via a menos de 30 metros de duas escolas, nas quais as crianças ficam brincando e atirando, podendo causar acidente, sem dizer que os veículos acabam desviando dos buracos, podendo atingir alguns pedestres que estão com crianças da escola. A Prefeitura já foi informada várias vezes pelo telefone e nenhuma providência foi tomada.
José Ricardo Scutare
Santo André
Que dureza!
O duro não é o calor de 30ºC, com a umidade relativa do ar em 25%, pior do que no Deserto do Saara, frutos do modo estúpido e irresponsável de como tratamos a natureza. Duro, também, não é a secura, a poluição, a fumaça (tem sempre um infeliz de plantão queimando lixo). Duro também não é o fato de não chover há mais de dois meses e todos gastarem água do mesmo jeito, esquecendo-se de que o líquido não vem do Semasa ou da Sabesp, mas sim da natureza (se não chove como vai ter água?). O duro mesmo é ouvir logo cedo nas rádios: ‘Hoje está um Sol maravilhoso, dia lindo’. Estamos no inverno. Isso é o portal do inferno.
Paride Pellicciotta
Santo André
Secou a fonte
O ex-presidente Lulla foi a Curitiba, desta vez de automóvel, para o depoimento com o juiz Sérgio Moro. Será que a viagem de automóvel foi para se fazer de vítima porque Moro bloqueou todos os seus bens, ou o Instituto Lula ficou sem dinheiro alimentado pelas construtoras, empresários da carne etc depois que o PT saiu do poder? A falta que cartões corporativos não fazem – cuja maioria dos saques era feita em dinheiro vivo – não é? Secou a fonte, secou a malandragem e volta a viajar de automóvel como qualquer cidadão comum. Bye bye jatinhos!
Beatriz Campos
Capital
Só ela
Nesta politização das altas cortes de Justiça, só a Polícia Federal está se saindo bem!
Tânia Tavares
Capital
Súplica
Imploro aos prefeitos que têm em sua cidade trechos da Avenida do Estados – sim, imploro, porque solicitar não adianta – pintem as faixas de rolamento, as faixas de pedestre, sincronizem os sinais semafóricos. Acredito que deve custar muito menos do que colisões ou acidentes com pedestres. Peguem as verbas oriundas da arrecadação dos radares, que estão em perfeito estado de conservação, e destinem a essa artéria viária. Essa será a última tentativa antes de levar esse descaso ao Ministério Público. Talvez lá vossas excelências vão respeitar. Que vergonha!
Ailton Gomes
Ribeirão Pires
Os Batista
Os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, empresários poderosos que achavam que poderiam zombar da Nação, pelos seus graves crimes cometidos finalmente estão na cadeia. Wesley teve a prisão preventiva decretada ontem, porque, de posse de informações privilegiadas, como da delação premiada da própria JBS, especulou transacionando ações na Bolsa de Valores, e na compra de dólares, auferindo lucro cima de R$ 200 milhões. Na esteira desse crime, também Joesley Batista, o tal que se dizia, em áudio por ele gravado, que era professor na arte da picaretagem, e que, já preso, teve também a preventiva decretada. A prisão dos Batista é vitória da sociedade brasileira!
Paulo Panossian
São Carlos (SP)
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