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Diretora do sanatório penal é afastada após rebeliao no RJ
Do Diário do Grande ABC
26/12/1999 | 20:21
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A diretora do sanatório penal de Bangu, Joselia Aguiar, foi afastada do cargo após a rebeliao deste domingo, no Rio de Janeiro.

O afastamento deu-se em virtude da entrada misteriosa de armas no sanatório, permitindo a rebeliao.

O tumulto começou quando dez detentos do sanatório fizeram quatro agentes do Departamento de Sistema Penitenciário (Desipe) reféns na manha deste domingo. O grupo, liderado por Vladimir Alexandria de Castro, pretendia fugir, e foi convencido pelo chefe da segurança, Carlos Antônio Soares, a se entregar. Por determinaçao do secretário estadual de Justiça, Sérgio Zveiter, a diretora do presídio, Josélia Aguiar, foi afastada.

De acordo com informaçoes do Desipe, os presos - condenados por assalto, tráfico de drogas e seqüestro - estavam sendo transferidos da enfermaria do sanatório para o ambulatório para receber medicamentos quando começou a rebeliao, por volta das 9 horas. Armados com facas improvisadas, um revólver calibre 32 e uma pistola 635, eles mantiveram os funcionários como reféns durante cerca de uma hora. Nenhum tiro foi disparado.

Sérgio Zveiter determinou a abertura de uma sindicância interna para apurar como as armas chegaram aos detentos. Todos os envolvidos na rebeliao e os agentes de plantao serao ouvidos. O resultado deve ser divulgado até o fim da semana. Foi aberto ainda um inquérito policial na 34ª Delegacia Policial (Bangu), já que houve ameaça de morte por parte dos rebelados. O médico pneumologista Jorge Fialho assumiu interinamente a direçao do sanatório.

Além de Vladimir Alexandria de Castro (preso há 16 anos por assaltos e seqüestros), Hamilton Sales de Rosa, Marcos Vinícius dos Santos, Edjorgene Nascimento de Jesus, José Benedito dos Santos, Alex Wood Moreira, Márcio Silveira da Silva, Jorge dos Santos de Souza, Cleiton Silva Ferreira e Gilmar de Souza Medeiros pediram a presença da imprensa e disseram ao chefe da segurança que "iriam fugir de qualquer forma" e "nao queriam machucar ninguém".

O sanatório pertence ao complexo penitenciário de Bangu e fica na Estrada Guandu do Sena, a menos de 50 metros do 14º Batalhao de Polícia Militar. Lá ficam presos doentes que precisam de acompanhamento médico contínuo.

O local ficou cercado por agentes do setor de operaçoes especiais do Desipe e policiais militares durante toda a manha e o início da tarde. Depois da rebeliao, o diretor do Desipe, Luís Antônio Jardim Neto, vistoriou as celas para verificar se havia outras armas. Nada mais foi encontrado.

O repasse de armas e objetos proibidos (como telefones celulares) a presos é uma preocupaçao antiga da Secretaria Estadual de Justiça. Em julho, o secretário anunciou a instalaçao de portas com detectores de metal em todas as unidades do Desipe. Na próxima semana, os equipamentos começarao a ser colocados.




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