Economia Titulo Geração de riquezas
PIB avança 0,2% entre o primeiro e o segundo trimestres de 2017

IBGE, entretanto, não considera que
variação indique crescimento

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
02/09/2017 | 07:24
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Fotos Públicas


O PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, aumentou 0,2% na comparação entre o segundo e o primeiro trimestres do ano, e alcançou R$ 1,639 trilhão. Trata-se da segunda variação positiva seguida – nos primeiros três meses houve alta de 1% –, depois de amargar apenas resultados negativos entre 2015 e 2016.

O resultado, no entanto, fez com que o primeiro semestre registrasse variação nula frente ao mesmo período de 2016. Os dados foram divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que não considera variações abaixo de 0,5% como crescimento, mas como manutenção da economia.

Na avaliação do professor de macroeconomia da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Silvio Paixão, o cenário da economia estava ruim, entretanto, “deixou de piorar”. “No mesmo período de 2016, o PIB no acumulado do ano estava com recuo de 4,8%, enquanto que, agora, a retração é de 1,4%”, explica. “É como se estivéssemos sob efeito de um amortecedor.”

É importante ressaltar que nos primeiros três meses do ano o PIB havia crescido 1% em relação ao período imediatamente anterior. Um dos fatores que contribuíram para desacelerar o bom resultado, de acordo com Paixão, foi a crise política, que retraiu a economia, uma vez que a delação dos proprietários da JBS envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) aconteceu em maio.

Segundo o IBGE, o consumo das famílias cresceu 1,4% após nove trimestres de resultados negativos. O saque das contas inativas do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) colaborou para a melhora, aponta o economista. Quanto à retração de 7% na construção, ele lembra que o setor é o último a se recuperar de uma crise econômica. “Com a alta do desemprego e o mercado financeiro sem confiança, as pessoas dificilmente buscam comprar imóveis.”
 




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