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Aumentam indícios contra filho de publicitário
03/04/2004 | 21:18
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Um cartucho de calibre 380 picotado e disparado pela mesma arma que matou o publicitário e empresário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e a mulher dele, Alessandra de Fátima Troitiño, 33, e o depoimento de uma testemunha são os indícios que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) tem para investigar o ex-seminarista Gil Greco Rugai, 20, filho de Rugai, como o principal suspeito do crime.

O cartucho picotado foi encontrado pela perícia técnica num canto do quarto que Gil ocupava na casa da rua Atibaia, em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, onde ocorreu o duplo assassinato e onde funcionava a produtora Referência Filmes. “O tiro deve ter sido acidental quando o autor manuseava a arma. Encontramos a perfuração do projétil na parede”, informou um dos peritos que trabalhou no levantamento.

O outro ponto contra o rapaz é o depoimento de uma testemunha, que disse ter visto Gil sair da casa pelo portão dos fundos na noite de domingo, logo após os tiros. Ele estava acompanhado de um homem branco. A testemunha, cuja identidade está sendo preservada pela polícia, disse conhecer “muito bem o rapaz” e contou que os dois saíram apressados. O DHPP também ouviu um amigo de Rugai.

O publicitário contou a essa testemunha sobre a discussão que tivera com o filho. Afirmou também que estava assustado. “O Gil disse que vai fazer uma coisa muito ruim para mim”, teria confidenciado o publicitário.

As investigações correm em segredo de Justiça. Rugai e Alessandra foram assassinados a tiros por volta de 22h30 do domingo. O casal morava numa parte da casa. A outra era ocupada por uma produtora de filmes.

Alessandra, que teria aberto a porta para o criminoso – os peritos não encontraram sinais de arrombamento –, foi atingida por quatro tiros. Rugai, que se escondeu na sala de vídeo, foi morto com seis balas. Para entrar na sala, o assassino arrombou a porta.

O cartucho picotado foi encontrado na volta dos peritos à casa. A perícia fez o confronto com os demais cartuchos encontrados ao lado dos corpos e o resultado foi o que suspeitavam: a arma que disparou aquele tiro foi a mesma usada para matar o casal. Os peritos informaram que o cartucho do quarto fora disparado muito tempo antes do crime.

Os policiais fizeram uma varredura em todas as dependências da casa. Começaram pela parte ocupada pela produtora e terminaram na ala residencial. O cartucho estava num canto do quarto que Gil ocupava antes da discussão com o pai, por causa da descoberta do desfalque de R$ 100 mil.

Gil era o encarregado da parte financeira da produtora, abandonou a casa da rua Atibaia e foi morar com a mãe. Estava bastante irritado com o pai e a situação piorou quando soube que a partir da descoberta do desfalque, Alessandra passaria a ser a responsável pela parte financeira da empresa.

Segundo um funcionário da produtora, Gil pretendia deixar a Referência Filmes. Em dezembro, registrou em seu nome e de um funcionário da agência, Rudi Otto Kretschmar, a KTM Comunicações. Pretendia concorrer com a empresa do pai.

Numa gaveta do quarto que era ocupado pelo rapaz os investigadores do DHPP encontraram uma nota fiscal da compra de um coldre para pistola calibre 380 em nome de Gil. Havia ainda um certificado de conclusão de curso de tiro. Uma pesquisa está sendo feito pela polícia em casas de armas para saber se Gil comprou uma pistola de calibre 380.

O DHPP já ouviu cerca de 20 pessoas no inquérito: funcionários da produtora, Maristela, a primeira mulher de Rugai, Leonardo, 19 anos, irmão de Gil e também filho do publicitário morto, além de moradores, vigilantes da rua Atibaia e amigos do casal assassinado. O material de segurança, como câmeras de vídeo e fechaduras que Rugai pretendia instalar na produtora, teria sido comprado após a discussão entre pai e filho.




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