Um total de 35 empresas, agrupadas em consórcio ou individualmente, disputou nesta sexta-feira as concessões para construção e operação de 11 novas hidrelétricas, em leilão que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. Foram arrecadados R$ 136,11 milhões com as usinas divididas em dez blocos. O ágio chegou a mais de 3.000% em um dos leilões e apenas uma concessão foi leiloada pelo valor mínimo.

As novas usinas serão construídas em 10 estados distribuídas pelas cinco regiões. Elas irão ampliar a capacidade de geração de energia elétrica no país em 2.666,7 megawatts (MW), beneficiando cerca de 19 milhões de habitantes.

O tempo de concessão das usinas é de 35 anos. Nesse período, deverão ser arrecadados R$ 23,9 milhões referentes à compensação financeira pela utilização de recursos hídricos, que será repassada aos 39 municípios e aos 10 estados que abrigarão as novas usinas. Os investimentos para construção das usinas são de R$ 4,9 bilhões e as obras deverão gerar 28 mil empregos.

A concessão leiloada com maior ágio foi a construção da hidrelétrica de Couto Magalhães, em Goiás, que será realizada pelo consórcio Ener-Rede Couto Magalhães, formado pela Celtins e pela Enerpaulo. O valor final foi de R$ 18,5 milhões, com um ágio de 3.089,66%. A capacidade de produção da usina será de 150 MW.

A primeira concessão de hidrelétrica leiloada foi a de Simplício, que ficará às margens do rio Paraíba do Sul, nos municípios de Sapucaia, no Rio de Janeiro, Além Paraíba e Chiador em Minas Gerais. A empresa Lidil Comercial Ltda. ganhou o leilão com o lance mínimo, R$ 1,1 milhão. A hidrelétrica será responsável pela geração de 323,7 MW.

No leilão da hidrelétrica de Salto Pilão o ágio pago foi de 2.437,31%. O lance mínimo era R$ 670 mil e o lance final foi de R$ 17 milhões. O consórcio vencedor foi o Salto Pilão, formado pela CPFL geração, Alcoa Alumínio, Camargo Corrêa Cimentos, DME Energéticas e Votorantim Cimentos. A usina está localizada no rio Itajaí, em Santa Catarina, e tem capacidade de geração de 181 MW.

O complexo hidrelétrico São João/Chachoeirinha, no Paraná, será administrado nos próximos 35 anos pela Enterpa Engenharia. O lance vencedor foi de R$ 1,6 milhão, com um ágio de 357,14%.

A usina de São Salvador, em Tocantins, foi leiloada por R$ 18,5 milhões, com ágio de 1.868,09%. A vencedora do leilão foi a empresa Tracbel Sul. A hidrelétrica tem capacidade para gerar 214 MW.

A empresa Engevix Engenharia ganhou a concessão para a hidrelétrica de Monjolinho, no Rio Grande do Sul, pagando um ágio de 757,14% em relação ao lance mínimo. O valor para será de R$ 2,4 milhões. Monjolinhos pode gerar 67 MW de energia.

A concessão para a construção da hidrelétrica de Pedro do Cavalo, no rio Paraguaçu na Bahia, foi conseguida pela Votorantim Cimentos. O valo a ser pago é de R$ 10 milhões, correspondente a um ágio de 2.677,78%. A capacidade de produção da usina será de 160 MW.

A Cemig venceu o leilão para construir a usina Traíra II, em Minas Gerais. A companhia vai pagar R$ 4,8 milhões pela concessão, um ágio de 2.300%. A potência total da usina será de 292 MW.

A concessão da construção da usina Pai Querê, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foi adquirida pelo grupo Empresarial Pai Querê, formado pela CPFL, Alcoa Alumínio, CEEE, DME Energética e Votorantim Cimentos. O consórcio pagou R$ 1,21 milhões, com ágio de 0,83%.

A construção da hidrelétrica de Santa Isabel, na divisa do Pará com o Tocantins, será feita pelo consórcio Gesai, formado pela Billiton Metais, Companhia Vale do Rio Doce, Camargo Corrêa, Alcoa Alumínio e Votorantim Cimentos. O valor a ser pago é de R$ 61 milhões por ano, do sétimo ao 35º da concessão, um ágio de 1.694,12%. A usina deve gerar 1.087 MW.