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Historiador que contesta Holocausto perde na Justiça
Do Diário do Grande ABC
11/04/2000 | 14:43
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O Alto Tribunal de Londres rejeitou, nesta terça-feira, a açao do historiador britânico David Irving no primeiro caso de revisionismo levado à justiça na Gra-Bretanha. Ele deixou indignados os sobreviventes dos campos de concentraçao nazistas ao relativizar a magnitude do Holocausto.

Irving, 62 anos, tinha acionado por difamaçao - para resguardar seu prestígio acadêmico - a estudiosa americana Deborah Lipstaadt, que o qualificara de ``negador do Holocausto' numa obra de referência aparecida em 1994. Irving acionou também a editora britânica do livro, Penguin Books.

No livro a escritora tachava Irving de ``contestador do Holocausto' e o acusava de distorcer a verdade sobre o genocídio promovido pela Alemanha de Adolf Hitler. Deborah declarou que estava satisfeita com o desfecho do caso. ``Estou contente por constatar que a veracidade do que escrevi foi confirmada', comentou Deborah Lipstadt.

Irving, autor de vários livros, nao nega que os nazistas mataram judeus, porém discute o número e a forma das mortes nos campos de concentraçao. Ele disse que depois da publicaçao do livro de Lipstadt, "Denying de Holocaust: Thge growing assault on truth and memory" (Negaçao do holocausto: o ataque crescente à verdade e à memória), editores e agentes literários rechaçaram suas obras.

Depois de estudar o caso durante quase um mês, o juiz Charles Gray decretou a sentença contrária a Irving e sustentou que nao havia prejuízo à sua reputaçao. Gray decidirá agora a quem atribuir os gastos do processo, que ascendem já a US$ 3,32 milhoes.

Pouco antes de conhecer a decisao, o historiador afirmou que qualquer que fosse o desfecho do processo, ``meu prestígio será reforçado porque fui capaz de enfrentar os especialistas...sozinho'. Irving disse que nao vai apelar da decisao.

O historiador é autor de "A guerra de Hitler', aparecido em 1977 nos Estados Unidos e Gra-Bretanha, Irving nega a dimensao e os métodos de extermínio dos judeus pelos nazistas, em particular a existência de câmaras de gás.

Com o terno manchado do ovo lançado na entrada do Tribunal, o escritor revisionista ouviu como o juiz Charles Gray desmantelou os seus argumentos. ``Negador', ``anti-semita' e ``racista' foram os termos usados na sentença, depois de 32 dias de processo. A historiadora americana e a editora receberam com satisfaçao a sentença.




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