Segundo o laudo da Fiocruz, a amostra apresentou 14% de carbonato de bário em sua composição, sendo que a contaminação máxima admitida no Brasil é de 0,001%. O Celobar, usado como contraste em exames radiológicos, é suspeito de ter provocado a morte de 21 pessoas em todo ao país.
De acordo com a versão do laboratório Enila, a contaminação foi provocada por um erro do químico Antônio Carlos da Fonseca, que se "esqueceu" de lavar equipamentos usados na manipulação de substâncias tóxicas e, pouco depois, utilizou os mesmos equipamentos para a produção do Celobar.
As suspeitas, entretanto, são de que o laboratório tentou transformar o carbonato de bário em sulfato de bário — o princípio ativo do remédio. Essa alteração poderia tornar a produção do Celobar mais barata, uma vez que o sulfato de bário é importado. O Enila, porém, não tinha autorização e nem condições técnicas para realizar essa experiência.
Além da contaminação por carbonato de bário, a química Leila Napoleão, do setor controle de qualidade do laboratório, confirmou nesta sexta-feira que o lote 3040068 do medicamento foi reprovado porque o índice de bactérias estava muito acima do limite. O depoimento complica ainda mais a situação de Antônio Carlos Fonseca, que autorizou a venda do lote mesmo sabendo da irregularidade.
"Quanto à contaminação química, ele (Fonseca) pode até alegar que desconhecia. Agora, a bacteriana, de maneira alguma, porque ele viu o laudo de bacterologia condenando o produto", afirmou o delegado Renato Nunes, titular da Delegacia de Crimes contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro.
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