Política Titulo Com votos de ex-opositores
Câmara de Diadema engaveta CPI

Governistas rejeitam relatório que indica que Lauro infringiu lei em contrato da Educação

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
11/08/2017 | 07:00
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A Câmara de Diadema rejeitou ontem relatório da CPI que investigou contratos do governo Lauro Michels (PV) com firma situada nos fundos de cortiço na periferia da cidade. O parecer, formulado pelo relator Josa Queiroz (PT), indicava que a gestão verde infringiu a Lei de Licitações (8.666).

O documento foi derrubado por 12 votos contra sete – o presidente, Marcos Michels (PSB), não vota e Ricardo Yoshio (PRB) não estava na sessão. Antes apoiadores da CPI, os parlamentares do DEM, Salek Almeida e Revelino Teixeira, o Pretinho, e do PPS, Audair Leonel e Jeoacaz Coelho, o Boquinha, votaram pelo arquivamento das acusações.

No parecer, Josa apontava que o Paço desrespeitou a legislação ao fracionar acordos com a construtora Mendonça e Silva, contratada sem licitação para reformar escolas municipais. A Lei de Licitações veda explicitamente essa prática. O caso foi revelado pelo Diário em março.

“Respeito o voto de todos os vereadores, mas a rejeição (do relatório) é muito ruim para a imagem desta Casa, onde a maioria votou sob orientação e tutela de um governo que parece que tem muita sujeira para esconder debaixo do tapete”, criticou o petista.

O líder do governo na Câmara, Célio Boi (PSB), negou influência do Paço na decisão de ontem. “Essa CPI era política, tanto que até os vereadores que antes votaram pela abertura (das investigações) hoje (ontem) votaram contra (o relatório), pois não existiram irregularidades”, justificou. Os contratos somam quase R$ 1 milhão e já são alvo de inquérito no Ministério Público.

Na mesma sessão, os parlamentares também rejeitaram prorrogar por mais um mês o término da CPI que apura outro acordo do Paço, com a empresa Azyal Construções Civis. O dono da firma, Jerri de Souza, é filiado a partido governista e foi cabo eleitoral do ex-líder do governo Lauro na Câmara, José Dourado (PSDB). O convênio é de R$ 148 mil e também está na mira da Promotoria.

SESSÃO MANTIDA
A base de sustentação derrubou ainda a possibilidade de anular sessão extraordinária do dia 6 de julho, que avalizou a saída do município do Consórcio Intermunicipal. O recurso, impetrado por Josa, acusava Marcos Michels de desrespeitar intervalo mínimo regimental de duas horas entre a sessão ordinária e a extraordinária – o socialista fez pausa de apenas dez minutos entre uma sessão e outra. 




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