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Falta de combustível da frota oficial de Diadema deixa criança sem transporte
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
13/11/2009 | 07:24
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A falta de combustível da frota oficial e terceirizada da Prefeitura de Diadema começa a atingir a população. Desde segunda-feira, Vitória, 7 anos, filha do professor estadual concursado Reinaldo de Matos Lima, está sem o tratamento clínico especializado que faz em São Paulo e a escola diária que frequenta no município.

Vitória é especial. Tem comprometimento motor e não anda. Por isso, necessita do transporte diário gratuito oferecido pela Prefeitura para ir para a escola - no período da tarde - à clínica na Vila Matilde, três vezes por semana.

"Apenas ligaram na minha casa na segunda-feira para avisar que não tem combustível. A van não passou mais na minha casa para pegar minha filha", contou o professor Reinaldo, que ontem participava de manifestação na Câmara contra a municipalização de nove escolas.

Segundo Reinaldo, outras quatro crianças especiais também utilizam o mesmo transporte que Vitória, feito pela Transkomby, empresa da frota terceirizada da Prefeitura. "Acredito que as outras crianças estejam na mesma situação da Vitória", argumentou.

Motoristas entrevistados pelo Diário ontem, que pediram para não ser identificados, confirmaram que a situação não foi normalizada. "Se a Prefeitura não tomar uma atitude urgente, mais crianças devem ser prejudicadas", afirmou um dos profissionais da empresa terceirizada.

O único fornecedor de combustível para a Prefeitura está sem receber há meses e cortou o abastecimento da frota desde sábado. À reportagem do Diário, no entanto, o proprietário do posto nega o problema.

 

Braço-direito de petista confirma o contratempo

 

Um dos braços-direitos do prefeito Mário Reali (PT) no Paço de Diadema, Antonio Vanderly Lima, confirmou que os veículos oficiais e terceirizados estão praticamente parados nas garagens por falta de combustível.

O problema recorrente na administração petista foi justificado por conta dos R$ 38 milhões que saíram dos cofres públicos neste ano. A cifra foi destinada ao pagamento de precatórios cíveis - a maioria fruto de desapropriações nas décadas de 1980. "A Prefeitura está sem dinheiro para pagar os fornecedores", afirmou Vanderly, que ontem marcou presença no Legislativo (a segunda vez em menos de 30 dias).

Ele não soube informar quais serviços públicos estão sendo prejudicados diretamente. Porém, disse que todos os fornecedores têm "ciência" dos problemas financeiros enfrentados pela Prefeitura. "O dono do posto é nosso parceiro", acrescentou.

Vanderly, que é um dos nomes cotados para ser o articulador de Mário Reali na Câmara, saiu em defesa do governo. "Estamos fazendo de tudo para a população não sofrer", garantiu. O assistente de secretaria, como se apresentou aos jornalistas, não soube precisar quanto do total da frota está comprometido.




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