Apesar de toda a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto à invulnerabilidade do país, especialistas em economia latino-americana já encontram razões para se preocupar.

Em relatório divulgado pelo Instituto Brookings, de pesquisas políticas e econômicas internacionais, o diretor de pesquisas latino-americanas, Mauricio Cárdenas, afirma que a contaminação deste mercado é uma surpresa para analistas, que até um ano atrás apostavam na força dos emergentes. "Até o FMI tinha previsões de que o crescimento nas economias emergentes não sofreria grande desaceleração."

Para ele, os países da América Latina terão suas economias prejudicadas pelos próximos dezoito meses e mostrará isso por meio de casos pontuais e maiores déficits.

O Brasil, no entanto, está em melhores lençóis. O especialista defende que, apesar dos possíveis reflexos, "o mercado continuará ‘em forma' e bastante atrativo".

FMI - O FMI (Fundo Monetário Internacional) já se preocupa em evitar o caos nos países emergentes em todo o mundo.

Por isso, decidiu ativar hoje o procedimento de ‘emergência', que implica na disponibilização de crédito para países já tenham começado a enfrentar problemas nas linhas de crédito. O diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o procedimento deve entrar em ação em, no máximo, duas semanas, depois de requisitado por um país. As linhas que foram ativadas hoje também poderão ser acessadas por economias avançadas, se necessário.

O diretor afirmou que o Fundo tem os recursos disponíveis para uso imediato, pois "não emprestou muito nos últimos cinco ou seis anos". Para ele, o procedimento de emergência permite ao Conselho Diretor do FMI agir muito mais rapidamente do que no esquema tradicional.

No anúncio de ativação do procedimento de emergência, Strauss-Kahn destacou a necessidade dos emergentes diante do fechamento das linhas de crédito no mercado internacional por causa da crise financeira.

O procedimento de emergência permite liberação de pagamento adiantado e também acessos a linhas que obedecem condições, que, às vezes exigem uma medida anterior. Isto significa que o Fundo, antes de liberar os recursos, teria de discutir as condições com o país.