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Grande ABC tem 1.417 vagas para jovens entre 16 e 24 anos
Valmir Zambrano
Da Redaçao
06/11/1999 | 17:38
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Três grandes centrais de emprego do Grande ABC têm em seus cadastros 1.417 vagas prontas para serem ocupadas por jovens entre 16 e 24 anos. O PAT (Posto de Apoio ao Trabalhador) é mantido pelo governo do Estado e tem 600 vagas. A Central de Trabalho e Renda é da CUT (Central Unica dos Trabalhadores) e oferece 382 vagas.

O Centro de Solidariedade ao Trabalhador pertence à Força Sindical e registra 435 vagas. Os números foram fechados até sexta-feira.  Sao vagas abertas em empresas de todas as naturezas no Grande ABC para candidatos de todas as aptidoes. Mas há as exigências de praxe no encontro entre empregador e empregado: experiência, nível de escolaridade, apresentaçao, etc.

Um indicador mostra o tamanho da restriçao. Das 1.417 ofertas, apenas 87 trazem expressas a determinaçao da empresa em contratar alguém sem experiência. Para as outras vagas, experiência pode ter pouco peso, mas também pode ser eliminatória. 

No PAT de Sao Bernardo, por exemplo, nao há sequer uma dentre as cerca de 250 vagas para jovens entre 18 e 24 anos que nao exija experiência. Parece estranho oferecer emprego a quem tem 18 anos e exigir experiência, mas assim é o mercado.  "Somente na área de vendas é que ainda se consegue emplacar alguém sem experiência", diz Francisca Mendes, diretora geral dos cinco PATs que atendem aos sete municípios do Grande ABC. Para quem tem condiçoes de estudar, a saída é o estágio. 

A falta de experiência é problema menor em comparaçao com a formaçao educacional insuficiente. "Nada reprova mais candidatos do que a falta de escolaridade. Aqui no PAT, conseguimos até negociar com uma empresa a aceitaçao de um candidato sem experiência, mas que demonstre bom potencial. Mas se ele nao tiver 2º grau completo, suas chances serao muito reduzidas, porque mais de 80% dos empregadores exigem essa formaçao", afirma Francisca.

Um terceiro fator também prejudica o jovem que busca trabalho: a aposentadoria cada vez mais tardia dos profissionais que hoje estao na ativa. As mudanças que o governo federal tem feito na Previdência incluem o estímulo ao prolongamento da carreira. Com isso, o governo ajuda a resolver a questao da Previdência, mas engrossa o caldo do desemprego, pois a troca dos profissionais mais antigos pelos novos demora a ocorrer.  

Nao é à toa que os jovens entre 18 e 24 anos compoem a faixa etária com maior índice de desemprego no Grande ABC. Segundo a Fundaçao Seade (Fundaçao Sistema Estadual de Análise de Dados), 22,1% da populaçao economicamente ativa da regiao estava desempregada em setembro. O percentual leva em conta a média das faixas etárias, pois entre os jovens o índice era de 32,5%. Entre os trabalhadores com mais de 40 anos, o desemprego atinge 14,6%.  

A forma mais eficaz que o jovem tem para aumentar as chances de uma colocaçao é a escolha correta da carreira. Mas isso também tem o seu lado de oportunismo. "Hoje estamos tendo uma demanda aquecida em determinados setores por períodos relativamente curtos. Há pouco tempo, gente com formaçao em telefonia tinha emprego certo. Agora esse mercado perdeu um pouco o fôlego", diz Francisca.  As áreas em que há boas oportunidades atualmente sao as de turismo, hotelaria, telemarketing, informática (sobretudo Internet) e ainda telefonia. Sao setores emergentes no Brasil, que tendem a absorver mao-de-obra de segmentos decadentes.




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