Seguem as negociações entre municípios e Estado para que seja descentralizada a farmácia de alto custo que hoje funciona em Santo André, no Hospital Mário Covas. O Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, entende como justo o anseio da população do Grande ABC, que tem sofrido em demasia com a concentração do serviço de distribuição de remédios, situação que gera filas de horas. A falta de dinheiro, todavia, impede a adoção imediata da medida almejada pela região. Qual o caminho?

As cidades do Grande ABC propuseram a divisão de gastos como solução, de modo que, em cenário de grave crise econômica, o Estado ajudasse a financiar os custos de logística envolvidos na operação de descentralização. O Palácio dos Bandeirantes reluta, ele próprio às voltas com a queda brusca na arrecadação devido ao cenário de incertezas do País.

O fato é que a abertura de núcleos municipais para a distribuição de remédios de alto custo, para evitar que todos os moradores do Grande ABC tenham de se deslocar a Santo André quando precisam dos produtos, tornou-se uma imposição. O ideal é que unidades avançadas, instaladas em Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema e Mauá (que atenderia também aos moradores de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra), fossem abertas para facilitar o acesso da comunidade aos medicamentos.

Ninguém ignora o tamanho do desafio, mas os contendores não podem esmorecer até que o objetivo seja alcançado – a promessa, aliás, é que o plano seja concretizado até o fim do ano. Pela complexidade dos mecanismos de abastecimento dos postos municipais, é evidente que o custo aumentará em relação ao praticado atualmente. Entretanto, os ganhos proporcionados à população, que passará a ser atendida com mais agilidade e conforto, certamente compensará o investimento. Importante que Estado e municípios sigam o debate e cheguem ao entendimento o mais rápido possível. A descentralização da farmácia de alto custo do Mário Covas seria grande vitória da sociedade.