Para se ter uma idéia da intensidade do confronto, o São Caetano fez 2 a 0 nos 45 minutos iniciais. No segundo tempo, com a entrada de Basílio, o Santos chegou a igualdade antes dos 20 minutos. Aos 37, Robinho virou o placar para os donos da casa. Mas quando tudo parecia estar definido, Mineiro acertou um petardo de fora da área e marcou um belo gol.

Com o resultado, a decisão de um dos finalistas do Paulistão ficou para o próximo sábado (dia 3), no estádio Anacleto Campanella, em São Caetano. Quem vencer, Santos ou São Caetano, estará automaticamente na decisão. Em caso de empate durante o tempo normal, as cobranças de penalidades vão definir quem segue vivo na competição.

Ataque x Defesa - Nos primeiros 45 minutos, um duelo estratégico entre os treinadores Emerson Leão (Santos) e Muricy Ramalho (São Caetano) foi travado. De um lado, o comandante dos 'Meninos da Vila' e a eterna busca pela ofensividade. Do outro, o treinador do Azulão e sua obstinação por uma marcação forte e sem falhas.

Como a própria diretoria do São Caetano havia antecipado no sábado, o zagueiro Dininho se recuperou de uma contusão e formou o trio de zagueiros com Serginho e Gustavo. Do lado do Peixe, dois jogadores estavam ausentes. Elano, com forte gripe, foi substituído pelo volante e ex-capitão Paulo Almeida. Na zaga, o grandalhão Alex deu lugar para Pereira (Alex está com uma pequena contusão muscular). No entanto, nem tudo era desgraça para o Santos. Na lateral-direita, o time tinha o retorno de Paulo César.

No primeiro minuto de bola rolando, o Santos mostrou que quem mandava na Vila Belmiro era a garotada. Em uma tabela pelo entre Claiton e Diego, o jovem meia santista chutou com violência. Sílvio Luiz, bem colocado, não teve dificuldades para efetuar a defesa.

No entanto, a resposta do São Caetano foi imediata. Aos 5 minutos, o time desceu em alta velocidade. Marcinho, sempre perigoso, fez bom toque de calcanhar para o lateral-direito Anderson Lima. O jogador, que teve passagem pelo Santos, chutou com violência de perna esquerda. Desatento, Doni quase engoliu um frango que entraria para a história da Vila. Porém, ele conseguiu se recuperar e afastar a redonda da meta.

Após alguns ataques sem grande perigo, mas sempre com a posse de bola, o Peixe quase tirou o primeiro zero do placar. Aos 21 minutos, Diego, em tarde inspirada, lançou Léo pela esqueda. O lateral cruzou rasteiro no meio da pequena área. Robgol dividiu com Sérginho e a bola sobrou na frente de Robinho. Porém, no momento do arremate, o zagueiro Dininho deu um carrinho, travou o chute do atacante e mandou a bola para escanteio.

Oito minutos depois, o Santos voltou a arrepiar a espinha do torcedor do Grande ABC. Diego tabelou com Robinho, que ajeitou a redonda para o Paulo César. O lateral, que vinha na corrida, mandou o chamado 'pombo sem asa' contra o gol de Sílvio Luiz. O arqueiro ainda que pulou, mas a bola acabou explodindo no travessão.

No entanto, a máxima do futebol - "quem não faz toma" – resolveu dar as caras na Baixada Santista. Aos 37 minutos, Serginho desceu ao ataque pela esquerda e sofreu falta. Anderson Lima cobrou com efeito para dentro da área. O grandalhão Fabrício Carvalho tocou na bola que depois acabou desviando no zagueiro André Luís e morrendo no fundo das redes de Doni.

Aos 44 minutos, a superioridade do Santos se transformou em vantagem para o Azulão. Gilberto entrou pelo meio e driblou Claiton. Quando André Luís, último homem da defesa, tentou roubar a bola, ele tocou para Warley. Livre, o ex-atacante do Atlético Paranaense tocou na saída de Doni para marcar o segundo tento da tarde.

'Água mole e pedra dura...' - No segundo tempo, Leão promoveu uma substituição que era esperada pelos torcedores. No lugar do volante Paulo Almeida, ele promoveu a entrada do 'Vovô Basílio', como o experiente jogador de 31 anos é chamado pelos mais jovens. E a alteração surtiu efeito imediato.

Aos 9 minutos, Robinho fez jogada individual pela esquerda e centrou a bola na área adversária. A redonda passou pelos três zagueiros do Azulão e sobrou para Basílio. De perna esquerda, que não é a forte, ele mandou um chute com força. Sílvio Luiz bem que tentou, mas a bola morreu no fundo das redes.

O gol agitou a torcida, que em nenhum momento deixou de incentivar o time. Aos 11 minutos, Paulo César entrou aos trancos e barrancos na área do São Caetano e chutou. Sílvio Luiz pulou novamente, mas a redonda passou raspando no poste direito.

Aos 17 minutos, o Peixe alcançou a igualdade no placar. Robinho lançou excelente bola para Basílio pela direita. O atacante cruzou e o zagueiro Gustavo, na tentativa de afastar, acabou colocando a bola para dentro do próprio gol.

A partir dos 20 minutos, o Santos usou e abusou do direito de perder oportunidades. Sílvio Luiz passou a ser não só o grande nome do São Caetano, como também o grande nome da partida. Os 'Meninos' tentavam, de todas as formas, vencer o goleiro do Grande ABC.

No entanto, aos 37 minutos, os 17.350 torcedores voltaram a gritar gol. Basílio recebeu novo lançamento pela direita, entrou com liberdade e chutou. Sílvio Luiz, até então em grande jornada, defendeu parcialmente a bola, que sobrou nos pés de Robinho. O garoto das pedaladas só teve o trabalho de empurrar a redonda para o fundo das redes.

A torcida ainda comemorava, quando Mineiro calou a Vila Belmiro. Aos 40 minutos, o volante que chegou a ser convocado para a Seleção Brasileira na época em que Emerson Leão era técnico arriscou de longe e acertou o canto esquerdo de Doni. O arqueiro do Santos ainda voou na bola, mas não conseguiu alcançá-la.

Fim de Jogo: Santos 3 x 3 São Caetano