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Vendas de motos reagem, mas crédito ainda está difícil
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
03/03/2010 | 07:00
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Depois do fraco mês de janeiro, as vendas de motos tiveram pequena reação em fevereiro. Os números preliminares do setor indicam crescimento de 4,3% no segundo mês do ano contra o primeiro. Se comparada a fevereiro de 2009, a reação deve ficar em 6,3%. O resultado, porém, é insuficiente para recuperar o mercado perdido em 2009, que caiu 17% em relação a 2008.

"Nosso grande gargalo ainda está na dificuldade de aprovação dos financiamentos", afirmou o diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), Moacyr Alberto Paes. "Estamos perdendo vendas porque os agentes financeiros continuam muito rigorosos na aprovação do crédito."

Para Paes, a obrigação da parcela de entrada prejudica o consumidor das classes C, D e E. De acordo com o representante da Abraciclo, 80% do mercado brasileiro concentra-se em motos de baixa cilindrada, cujo preço não ultrapassa R$ 6.000. "A entrada no valor de 20% do produto, além dos custos com documentação, pesa muito para esta parcela da população."

Paes disse esperar reação mais evidente no fim do trimestre, quando estarão em pleno funcionamento linhas de crédito no valor de R$ 3 bilhões oferecidas por bancos públicos, como a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, para incentivar o mercado.

"As vendas já começam a mostrar sinal de recuperação", afirmou o vice-presidente da Honda, Issao Mizoguchi. "Estamos confiantes que o mercado vai melhorar muito, já que a economia está em crescimento e o consumidor demonstra maior confiança", afirmou.

A Abraciclo prevê que as vendas vão crescer 15% em 2010, passando de 1,56 milhão para 1,8 milhão. Ainda assim, o mercado ficará menor que o de 2008, quando as vendas chegaram a 2,035 milhões.

Naquele ano, a produção também foi recorde: 2,126 milhões. Em 2009, a indústria produziu 1,49 milhão de unidades e, neste ano, deverá chegar a 1,84 milhão, de acordo com a Abraciclo.

Esporte estimula crescimento

Em seu planejamento para 2010, a Anfavea aponta como fatores positivos para a venda de motos no Brasil a Copa do Mundo (2014), a Olimpíada (2016), as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), aumento do consumo, renda e emprego.

"Todos esses acontecimentos favorecem o uso no País da motocicleta, que é verdadeiramente veículo popular pelo seu baixo preço de compra, manuteção e economia de combustível", afirmou Moacyr Alberto Paes, diretor executivo da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares).

Se, por um lado, a Abraciclo vê vantagens, por outro pensa em ações para melhorar a imagem das motos. A entidade pretende ampliar parcerias com órgãos públicos e entidades de classe para conscientização e divulgação da pilotagem segura e direção defensiva.

Outro objetivo é a regulamentação do motofrete e do mototáxi, em cidades onde a legislação permite esses tipos de serviço. Além de cursos profissionalizantes, a Abraciclo busca formular política para a normatização técnica dos produtos. Para isso, discute com o governo federal programa de desenvolvimento produtivo do setor para criar política industrial e setorial.

Com mercado entre os cinco maiores do mundo, o Brasil vem atraindo novos fabricantes, principalmente os chineses, que têm a maior produção mundial de motos de baixo custo. O Polo Industrial de Manaus já conta com 11 fabricantes e, segundo a Abraciclo, há dez projetos para instalação de novas montadoras.




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