Automóveis Titulo
Desafio de achar a oficina certa
Percy Faro
Especial para o Diário
30/10/2001 | 18:07
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De repente você começa a perceber que a saúde do seu automóvel não está bem. Da noite para o dia, surge um barulho estranho na suspensão; uma rampa que ontem foi vencida sem qualquer sacrifício em quarta marcha hoje impõe a terceira e, mesmo assim, o carro se arrasta rua acima. Ou, ainda, o que não ocorria no dia anterior, acontece agora: ao parar em cada semáforo o motor apaga, sumiu a marcha-lenta. A preocupação do motorista pode aumentar se o sintoma se apresentar, aparentemente, mais grave: o ponteiro da temperatura está esbarrando na primeira marca vermelha, apontando para um iminente superaquecimento.

Sempre foi dito, inclusive por profissionais honestos do ramo, que mecânico é como médico – nunca se deve ouvir e ficar só com uma única opinião. O que é diagnosticado por alguns como paciente terminal, para outros nada que um tratamento relativamente simples não cure.

O desafio, entretanto, está em descobrir quem é o bom médico – leia-se a oficina certa. As malandragens são tantas no mercado de reparação de veículos que a desconfiança da honestidade de oficinas independentes e até das autorizadas de fábrica está hoje inserida no contexto cultural dos consumidores. Mas, se de fato a saúde do carro vai de mal a pior, não há outra alternativa senão enfrentar o problema de frente.

A escolha certa deve começar com a indicação de um amigo que está satisfeito com o trabalho de determinada oficina. Na falta de referências, o mais indicado é pesquisar um pouco. Experientes e honestos mecânicos recomendam algumas dicas para isso:

A aparência da oficina pesa muito. Ambiente higiênico e organizado, e funcionários trabalhando com roupas limpas refletem, pelo menos, capricho e zelo em relação aos métodos de trabalho;

Uma tabela de preços dos serviços mais freqüentes afixada em um local com boa visibilidade para o consumidor também é um bom sinal;

Faixas ou cartazes informando que a oficina é representante de uma marca conhecida de produtos automotivos – componentes de freios, injeção eletrônica de combustível ou lubrificantes, entre outros –, igualmente indicam que a oficina tem credibilidade no mercado;

A conversa com o profissional é outro ponto fundamental. Ele precisa explicar da maneira mais compreensível possível para o leigo em mecânica o que de fato está acontecendo com o automóvel, qual é o grau de urgência do reparo e as conseqüências se o serviço demorar para ser executado;

Um bom mecânico não espera você pedir: ele antecipa uma previsão mínima e máxima do preço do serviço para o cliente se preparar dentro dessa faixa;

Geralmente, durante o serviço é encontrado outro problema que não foi previsto no orçamento e, neste caso, o mecânico obrigatoriamente deve consultar o cliente para autorizar ou não sua execução.

Martelo no chão, bancadas sujas de graxa e entupidas de peças, calendários com fotos de mulheres nuas nas paredes e escrivaninha que serve de “escritório” em pleno ambiente de trabalho são coisas do passado que identificam as chamadas oficinas boca de porco. Fuja desse tipo de estabelecimento.




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