Vários dos principais funcionários opositores, representantes da Igreja Ortodoxa sérvia e o presidente da república de Montenegro, Milo Djukanovic, foram convidados para uma reuniao dos ministros da Uniao Européia, que será realizada na próxima semana em Luxemburgo.

Segundo o programado, nesse encontro será analisada a democratizaçao da Iugoslávia, possíveis envios à Sérvia de combustível para calefaçao neste inverno e a possível suspensao do embargo de tráfego aéreo contra Belgrado. A Iugoslávia é integrada pela Sérvia e a pequena Montenegro.

A agência Tanjug, estritamente controlada pelo governo, disse que os líderes opositores irao à reuniao da UE para planejar "a tomada ilegal da Sérvia e Iugoslávia", com instruçoes de seus "patrocinadores estrangeiros".

Esses patrocinadores - acrescentou - "de políticos sérvios marginais simplesmente querem aproveitar sua colaboraçao para tomar a Sérvia e a Iugoslávia, e impor um modelo político e econômico que assuma a plena submissao e servidao".

O novo plano para derrubar o governo de Milosevic, segundo a agência, surgiu depois que os protestos diários contra o presidente resultaram num "total fracasso".

Parte da oposiçao sérvia esteve realizando protestos diários nas ruas contra Milosevic desde 21 de setembro, culpando-o pela crise sócio-econômica, incluindo a perda da província de Kosovo, após a intervençao da OTAN.

Comentando as críticas da Tanjug, a secretária-geral do Partido Socialista de Milosevic, Gorica Gajevic, acusou os líderes opositores de trabalharem "vergonhosamente" contra seu próprio povo, para receber uma "propina" do Ocidente.

Um sócio da coalizao do presidente, o ultranacionalista Partido Radical, expressou seu "asco" pelos "traidores sérvios" que assistem a reunioes na Europa "onde se promete caridade para o povo sérvio".

Também foram convidados para a reuniao da UE os líderes adversários da oposiçao na Sérvia, Vuk Draskovic e Zoran Djindjic, cujas disputas têm impedido até agora a formaçao de uma frente comum contra Milosevic. Acredita-se que durante esse encontro eles serao exortados a se reconciliar.

O vice-presidente do Partido Democrático de Djindjic, Slobodan Vuksanovic, disse nesta sexta-feira que "Milosevic teme mais que tudo a oposiçao harmônica, e que a forma mais fácil de unir a oposiçao é mediante um acordo sobre as condiçoes para que haja eleiçoes livres e imparciais".