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Economistas acreditam que argentino sofrerá desvalorização
Das Agências
27/12/2001 | 17:51
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O plano da Argentina de emitir uma terceira moeda, o ‘argentino’, representará uma desvalorização significativa do peso, previram nesta quinta-feira, em Londres, especialistas em mercados emergentes, para quem não resta às autoridades argentinas praticamente nenhuma outra opção para colocar um freio na crise.

O ‘argentino’, que circulará ao lado do peso e do dólar a partir de janeiro, pode ter uma desvalorização de mais de 50%, disseram, precisando que se a emissão da nova moeda for devidamente administrada, os danos da desvalorização podem se apresentar limitados.

"Se a introdução da nova moeda não for bem controlada poderá ser dado um passo brutal no caminho da desvalorização da taxa de câmbio", declarou Arnab Das, chefe do setor de estudo dos mercados emergentes da empresa Dresdner Kleinwort Wasserstein.

"Tudo depende de como farão. Nos regimes de câmbio fixo dos mercados emergentes, quando se deixa flutuar a moeda, sob pressão, acontece em geral uma desvalorização", explicou.

"Mas, na Argentina, eles vão aparentemente introduzir a nova moeda progressivamente", acrescentou, estimando que isto ajudaria a controlar a perda de valor do argentino.

O presidente Adolfo Rodriguez Saá anunciou neste domingo a criação do argentino, para substituir os 12 bônus não conversíveis atualmente postos em circulação na Argentina pelas autoridades federais e provinciais para enfrentar a falta de liquidez.

O argentino, que não será conversível, circulará paralelamente a duas moedas conversíveis, o peso e o dólar, usados no sistema de "conversibilidade" (paridade entre o peso e o dólar), em vigor desde 1991.

Os economistas pensam que a Argentina não tem outra escolha além de substituir a taxa de câmbio fixo. A paridade do peso com o dólar refletiu-se nas exportações argentinas, mergulhando o país na recessão de quase quatro anos.

"Eles não podiam mais manter esta paridade com o dólar, tendo necessidade de um novo sistema", estima Neil Parker, da Royal Bank of Scotland. "Não estou certo de que este novo sistema seja o melhor, mas pelo menos, é um passo no bom caminho", acrescentou.

Muitos analistas duvidam de que o argentino e o peso possam coexistir durante longo tempo. Eles lembram que a história de moedas paralelas é infeliz.




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