Nos nove primeiros jogos com o técnico Muricy Ramalho, o Palmeiras sofreu seis gols - média de 0,66. Mas nos últimos seis, foram 11 gols - média de quase dois por partida. O que mudou? As ausências do zagueiro Maurício Ramos e do volante Pierre.

Marcos chamou atenção para esse fato logo após a derrota por 3 a 0 para o Náutico, no Recife, na segunda-feira, e confessou preocupação. O goleiro lembrou que Maurício Ramos era quem comandava a bateria antiaérea e Pierre era o cão de guarda à frente da zaga.

O goleiro palmeirense não citou nomes, mas é óbvio que os substitutos Maurício Nascimento e Souza não estariam no mesmo nível. Será que a defesa remendada pode causar a perda de um título brasileiro que parece ganho? Como não há jogador no elenco com as características de Pierre, Muricy vai concentrar seu trabalho nos treinos para remediar a ausência de Maurício Ramos.

Criar nova bateria antiaérea virou prioridade para o treinador porque quatro dos últimos cinco gols sofridos pela equipe surgiram em bolas alçadas na defesa. "O terceiro gol do Náutico foi brincadeira. O centroavante cabeceou livre", alfinetou Marcos.

Muricy sempre diz que o importante na hora de proteger a defesa não é a altura de seus zagueiros, mas o posicionamento. Maurício Ramos era de suma importância por ser o homem da primeira trave, o que avança na bola, geralmente marcando o melhor cabeceador do time adversário. O substituto Maurício Nascimento, de 20 anos, não tem essa noção de posicionamento.

Mas ele vai continuar jogando até que o titular se recupere de lesão no púbis. A expectativa é de que Maurício Ramos volte a jogar em três semanas. Enquanto isso, os experientes Danilo (25 anos) e Edmílson (32) vão tentar se desdobrar para corrigir o novo caos aéreo.

O time volta a treinar hoje, na Academia de Futebol.