O ex-ministro de Finanças francês Dominique Strauss-Kahn, que renunciou no último dia 2 de novembro, está sendo formalmente investigado por fraude. Strauss-Kahn, que estava no cargo desde 1997, está sendo acusado de ter recebido o equivalente a US$ 100 mil por um trabalho como consultor para um fundo de seguros de saúde de estudantes que na verdade nao realizou. Em 2 de novembro, ele deixou o cargo, alegando que tinha de combater essas acusaçoes.

Os promotores deram o sinal verde aos investigadores para levar adiante a investigaçao apurar se de fato Strauss-Kahn havia colocado uma data adiantada em documentos falsos, que foi o artifício a que recorreu para justificar os honorários de advogado por uma tarefa que na verdade nao existiu. O trabalho teria sido encomendado pela Seguradora Mutual Nacional de Estudantes da França.

O jornal regional L'Est Republicain disse nesta quarta-feira que os juizes responsáveis pela investigaçao interrogaram Strauss-Kahn nessa terça-feira durante sete horas e que o ex-ministro voltou a dizer que o trabalho que fez para o fundo é autêntico. Strauss-Kahn se defendeu das acusaçoes enfatizando que havia renunciado ao cargo para limpar seu nome e para evitar que o governo fosse abalado pelo escândalo. Vários ex-funcionários do fundo estudiantil também estao sendo investigados.

Os franceses entendem que a renúncia de Strauss-Kahn privou o governo do primeiro-ministro Lionel Jospin de um de seus mais respeitados ministros, um homem ativo na luta contra as elevadas taxas de desemprego e reconhecido internacionalmente como o arquiteto da economia francesa que apresenta sinais claros de recuperaçao. Seu substituto no cargo é Christian Sautter, ex-titular da pasta do orçamento.