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Princesa Victoria fala sobre seu problema de dislexia
Da Agência EFE
13/08/2002 | 15:16
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A princesa Victoria, herdeira do trono sueco, rompeu o silêncio nesta terça-feira, ao falar em público sobre sua dislexia, doença que herdou do pai, o rei Carl Gustaf da Suécia.

A princesa Victoria discursou de forma espontânea e emocionada diante de cerca de 300 pessoas no auditório da Universidade de Oerebro, aproximadamente 180 quilômetros a noroeste de Estocolmo.

Uma conferência nacional, intitulada "A amizade vence -sobre o acossamento moral e tratamento degradante na escola", reuniu especialistas de todo o país assim como catedráticos, ministros e funcionários do Governo.

A princesa Victoria afirmou, referindo-se à dislexia, que "pode parecer um problema muito simples mas posso lhes garantir que não é, eu bem sei". Deste modo, e pela primeira vez em público, a princesa se referiu à dislexia e à forma como esta doença lhe impôs dificuldades de leitura e escrita.

"As letras saltavam", disse Victoria, e lembrou que na escola então "todos riam", e acrescentou que "mesmo que soubesse desde muito cedo que não era minha culpa foi muito difícil aceitar a doença". Victoria acrescentou, com relação aos efeitos da dislexia em sua vida, que "me sentia muito tola e retardada".

Só quando se referiu à perseguição que sofreu no período escolar é que a princesa Victoria deixou transparecer uma mudança de cor em seu rosto, revelando uma certa timidez para se referir ao assunto.

A participação na conferência de Oerebro marcou a "volta" às atividades públicas da princesa herdeira, de 25 anos, interrompidas anteriormente por causa de problemas com a anorexia, que a levou aos Estados Unidos, onde morou por mais de um ano.

A princesa Victoria divide com seus irmãos, a princesa Madalena e o príncipe Carl Philip, a dislexia que herdaram de seu pai. Os filhos dos reis receberam assistência pedagógica na Suécia e nos Estados Unidos, assim como um tratamento corretivo para a doença. "Nem sempre foram tão divertidas essas horas extras nas quais tinha que permanecer sentada treinando a pronúncia das letras", disse a princesa Victoria.

A jovem princesa disse que se sente "privilegiada já que recebi muita ajuda e apoio", e destacou que "por isso não tenho nenhum problema em falar de forma aberta sobre isso, mesmo sabendo que muitas pessoas não receberam uma assistência tão boa quanto a que recebi".

Cerca de 5% da população da Suécia, em sua absoluta maioria homens, sofre de dislexia. Destes, 2 por cento sofre da manifestação mais grave da doença.




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