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Suspensão sofre com os buracos
Alexandre Calisto
Especial para o Diário
15/06/2011 | 07:00
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O  sistema de suspensão do veículo é essencial para seu funcionamento. Além de absorver o impacto do atrito da roda com o solo, é fundamental também para a dirigibilidade.

O buraco é um velho e conhecido inimigo dos motoristas. Chuvas e até mesmo o excesso de peso de alguns caminhões provocam ou alargam valetas. Quem dirige sabe que é preciso agilidade para não cair na armadilha, mas há situações em que não é possível desviar.

O automóvel pode sofrer as consequências de circular em vias esburacadas. O impacto, que em muitos casos não é transmitido para o condutor, é sentido pelo veículo.

De acordo com o engenheiro mecânico Rubens Venosa, os buracos em grande parte são responsáveis pelos problemas causados na suspensão, porém ele ressalta que o cuidado do motorista é essencial. "Os problemas no sistema de suspensão são causados pelos seguintes fatores: a forma como a pessoa dirige, a rua por onde o carro passará e a carga carregada no veículo."

Segundo o engenheiro, o problema começa quando o motorista passa em alta velocidade pelo buraco. "Se o condutor passar rápido pela valeta, a suspensão sentirá o impacto e começará o desgaste da parte metálica e até mesmo das borrachas," explica. Para ele, a relação é simples: quanto menos cuidadoso for o motorista, menor será a durabilidade da suspensão. Outro fator, porém menos comum, é a idade do carro.

Os problemas começam com a falta de revisão do veículo. De acordo com o consultor técnico Antonio Costa, as peças possuem um tempo de vida útil e, com a falta de manutenção, os componentes tendem a durar menos. "O ideal é fazer revisão preventiva pelo menos uma vez ao ano. A borracha, por exemplo, seca com o tempo e cria folgas entre as peças, consequentemente, desgasta outras."

Manter o funcionamento do veículo em ordem não é só uma questão mecânica, mas também de segurança. O sistema de suspensão também é responsável por parte da segurança. Quando danificado, o automóvel apresenta sintomas como o barulho excessivo e, em casos mais extremos, perde-se o controle do veículo.

Redobrar atenção na hora de desviar de buracos é indispensável, pois é necessário ver se não há outro veículo ou motociclista por perto. O engenheiro ressalta que os danos são menores quando se reduz a velocidade a tempo de passar pelo local. "Ao perceber o buraco, o motorista deve reduzir a velocidade e ficar atento, caso consiga desviar, para não provocar acidente", explica Costa.

 

Como funciona o sistema

 

O sistema de suspensão envolve outros componentes como o chassi, direção, além das rodas e pneus.

O objetivo principal é minimizar o impacto do contato da roda com o solo, tornando o automóvel confortável e seguro. Sem esse conjunto, os ocupantes sentiriam vibrações excessivas causadas por qualquer movimento do veículo.

A suspensão é composta por molas, amortecedores, barras estabilizadoras, pinos esféricos, mais conhecido como pivôs, e as bandejas de suspensão.

A direção e a suspensão trabalham juntas e sincronizadas, por isso é indispensável a manutenção.

As molas e os amortecedores agem para evitar que o movimento das rodas não seja transmitido para os ocupantes.

As barras estabilizadoras fazem a ligação de um pneu ao outro e mantêm o carro estabilizado, como diz o nome.

Os pivôs são responsáveis pela ligação entre o chassi e componentes como manga de eixo e cubo de roda. São componentes que suportam o peso.

As bandejas ligam os componentes de todo o sistema de suspensão com o chassi do automóvel e com as rodas e ajudam na estabilidade do veículo.

Para evitar problemas é necessário realizar manutenção preventiva. Segundo o professor de Engenharia Mecânica da FEI Ricardo Bock, a suspensão tem um tempo de vida longo, porém ele alerta sobre a necessidade de um acompanhamento profissional das peças do veículo. "Revisar o sistema é importante pelo menos a cada 40 mil quilômetros rodados."

É importante ficar atento aos barulhos e ao desgaste excessivo dos pneus, que indicam que o automóvel apresenta falhas no sistema

 

Falta de manutenção atrapalha o trânsito

 

Segundo a lei municipal nº 14.274, junho é considerado oficialmente, no calendário da cidade de São Paulo, o Mês pela Conscientização da Manutenção Preventiva de Automóveis.

De acordo com os dados do Grupo de Manutenção Automotiva, cerca de 371 carros são retirados pela Companhia de Engenharia de Tráfego por dia das ruas da maior cidade do País.

Neste ano foram removidos mensalmente cerca de 11 mil veículos, sendo mais de 8.000 carros, mais de 1.000 ônibus e quase 2.000 caminhões.

O número é grande e as causas, em sua maioria, são panes elétricas, mecânicas, pneus furados e até falta de combustível.

De acordo com os dados, 6.000 veículos que apresentaram problemas - o equivalente a 55% do total - sofreram falhas mecânicas e elétricas.

Em 2010, a média mensal foi de 12.471 automóveis. Veículos quebrados nas ruas e avenidas significam congestionamentos e são sinal de falta de manutenção preventiva.

Para reduzir esses números, autoridades e especialistas reforçam a necessidade de realizar manutenções frequentemente. De acordo com o engenheiro mecânico Rubens Venosa, investir na prevenção sai mais barato do que esperar que o automóvel apresente problemas mais graves.

Ainda segundo as estatísticas do grupo, a manutenção preventiva, além de contribuir para a redução dos veículos quebrados e dos congestionamentos, ajuda os motoristas a economizarem 30% do que gastariam com o conserto quando o automóvel parasse de funcionar.




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