Como define o arquiteto andreense Jorge Bomfim, a “arquitetura é a arte de organizar o espaço dentro de uma função social”. Então, qual seria o erro quando uma cidade oferece a sensação de sufoco? “Infelizmente, nós arquitetos só participamos de 6% do que é construído. Esse número é de 20 anos atrás, mas não mudou muito”, afirma o também arquiteto Douglas Piccolo, de São Bernardo.
Uma das causas deste panorama é a ação voraz da especulação imobiliária, que trata o imóvel apenas como produto de venda. Para os arquitetos, não deveria ser assim. “A boa arquitetura é como uma boa música, deve oferecer bem-estar e conforto”, diz Bomfim.
Além disso, a arquitetura pensa o prédio como um marco, tanto espacial quanto histórico. “Com a derrubada dos elementos naturais significativos, o ser humano precisa de marcas artificiais de qualidade para se orientar”, afirma Piccolo. “A arquitetura é reflexo de momentos históricos, de um tipo de vida social, de relação entre pessoas e até de um tipo de economia e tecnologia”, diz o arquiteto Decio Tozzi.
Ao citar a tecnologia, Tozzi fala que atualmente é comum o uso plural dos materiais, mas entre as mais usadas estão as estruturas de metais como titânio, cobre e tungstênio. “São materiais de grande ductibilidade (flexíveis e fáceis de dobrar), que permitem as mais variadas formas”, afirma o arquiteto. Mas, antes da forma existe a idéia. “Arquitetura tem de ter um conceito e deste nasce a forma”, diz Tozzi, que assina a cobertura da rua Coronel Oliveira Lima, em Santo André. “A Oliveira Lima será um shopping de rua com uma galeria também no andar superior, um conceito pioneiro”, afirma o autor.
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