Eles querem que o governo Federal tome providências e revise os acordos do Mercosul para proteger este setor da economia que, segundo eles, está sendo vítima de dumping do arroz estrangeiro. Cerca de 200 veículos no lado brasileiro e outros tantos no lado argentino formaram uma longa fila de espera até o final do protesto.

A Polícia Federal procurou os produtores para liberar a passagem dos veículos pela ponte e, depois de alguns protestos , eles resolveram abrir as duas pistas às 13h. O vice-presidente do Sindicato Rural de Sao Borja, Jovani Streck, esclareceu que o movimento será realizado em três pontos estratégicos: na Ponte de Sao Borja, na Ponte de Uruguaiana e na entrada de balsas de Itaqui, todas cidades da Fronteira Oeste, à margem do rio Uruguai. A primeira a ser interrompida foi a Ponte entre Sao Borja e Santo Tomé.

Streck explicou que o custo médio para a produçao de uma saca de arroz tipo 1 no Rio Grande do Sul é de R$14,84 e o preço praticado pelos engenhos neste final da safra é de R$11.

Segundo ele, a causa principal disso é a entrada de arroz da Argentina, que no ano passado atingiu o volume de 1,4 milhao de toneladas. Streck afirmou também que a safra brasileira deste ano - 12 milhoes de toneladas - é superior às necessidades de consumo, cerca de 11 milhoes em 1999. Por isso, eles entendem que deve ser revisado o acordo do Mercosul que permite a livre entrada destes cereais e pedem que o governo crie alguma proteçao para o produto brasileiro.

Na quarta-feira, os produtores irao em comitiva até a Assembléia Legislativa pedir o apoio dos deputados estaduais para suas pressoes ao governo federal. Pela Ponte Internacional de Sao Borja entram por dia no Brasil cerca de 100 caminhoes de produtos agrícolas procedentes das províncias argentinas de Corrientes e Misiones .