Turismo Titulo Artesanato
Entre esculturas e rendas
Eliane de Souza
Enviada a Alagoas
29/03/2012 | 07:09
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Melhor do que viajar e conhecer lugares paradisíacos é poder voltar para casa com boas lembranças materializadas na compra de produtos característicos da região. Assim, o Pontal da Barra não é local de puro deleite apenas de consumistas, mas também passeio indispensável a quem quer conhecer profundamente as raízes culturais dos maceioenses.

O bairro é famoso por ser habitado por mulheres, crianças e também alguns homens que se dedicam à confecção da renda de filé - típico artesanato de origem portuguesa com mais de 100 pontos feitos a partir da tela da rede de pesca. É possível passear pelas ruas e ver os artesãos trabalhando na porta de suas casas, colorindo janela, entradas e varais.

As linhas coloridas entrelaçadas com criatividade e dedicação dão forma a vestidos,boleros, mantas, colchas, toalhas de mesa, tapetes e o que mais a imaginação permitir. Os produtos podem ser adquiridos em 426 lojas que se espalham a partir da Praça São Sebastião.

De lá, vale esticar o passeio até a galeria Karandash, que dispõe de acervo com mais de 2.000 peças de arte popular e a produção dos artistas visuais contemporâneos Dalton Costa e Maria Amélia Vieira.

Outra boa parada é o Mercado de Artesanato, localizado no bairro da Levada. Além de artigos de couro, madeira, barro e renda, é possível ver os artesãos em processo de criação e assim encomendar peças exclusivas.

Entre os objetos que só podem ser adquiridos em Maceió estão as esculturas do artista Arlindo Monteiro. No Mercado de Artesanatos, o escultor especializou-se em peças criadas a partir de palitos de fósforo, transformando-os em santos, folguedos, animais e diversos objetos.

Outro item popular é o bumba meu boi feito a partir da cabaça. Esse fruto é peculiar do Nordeste e, quando seco, transforma-se em cuias utilizadas como utensílio para servir alimentos, tomar e armazenar água. Mas para o artesão João Maria (Pavilhão do Artesanato) são arte pura. Ele as transforma em luminárias e figuras do bumba meu boi, o folguedo mais popular de Maceió, que se apresenta nas prévias carnavalescas.

Para todos os paladares

Não saia da cidade sem provar o famoso camarão do Bar das Ostras. O estabelecimento que foi cartão-postal de Maceió já não existe mais, mas a receita tornou-se o primeiro registro do patrimônio cultural imaterial do Estado, assim como o acarajé da Bahia e o bolo de rolo do Recife.

O camarão ensopado leva molho de tomate, pimentões, manteiga e muito coentro. Geralmente, vem guarnecido de arroz e farofa, podendo ser apreciado em restaurantes como o Le Corbu, em Ponta Verde.

Outra iguaria é o sururu de capote, molusco proveniente das lagoas. A tradição pede que ele seja cozido no próprio caldo, com sal, tomate, cebola, coentro, cebolinha, pimenta e, para finalizar, leite de coco.

A receita do sururu de capote pode ser degustada há mais de 45 anos no Bar do Pelado, no bairro do Prado. Já o sururu sem casca cozido no leite de coco ou seu caldinho é uma tradição nos restaurantes do Pontal da Barra, próximo à Lagoa de Mundaú, e na maioria dos bares e restaurantes de Alagoas.

Em maio, Maceió integrará o roteiro do Festival Brasil Sabor, quando os chefs têm a oportunidade de apresentar suas receitas do litoral ao sertão.




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